O brasileiro consome em média 135 litros de água por banho (Ravindra Thakan / EyeEm/Getty Images)
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Publicado em 16 de agosto de 2023 às 11h38.
Por Camillo Torquato*
As crescentes preocupações com as questões climáticas, o acesso e preservação da água emergem como desafios atuais, mas com o olhar no futuro em variados cenários e ambientes. O quadro ESG (Environment, Social and Governance) surge, para medir como uma empresa aborda questões relacionadas ao meio ambiente, como sustentabilidade e gestão de recursos naturais; questões sociais, como relações com funcionários, comunidades e responsabilidade social; e governança, incluindo transparência, ética e estrutura de liderança.
Atualmente, observamos um aumento na demanda por produtos e serviços que contribuam positivamente ao meio ambiente, algo que precisa estar, mais do que nunca, enraizado no dia a dia do chamado investimento de impacto, categoria ligada a ESG, que busca resolver algum problema socioambiental.
Imagine desperdiçar quase 8 mil piscinas olímpicas diariamente. É o que ocorre no Brasil hoje. Para dar uma maior dimensão, seria o suficiente para abastecer por um ano quase 66 milhões de pessoas. O brasileiro consome em média 135 litros de água por banho, com 12 duchas semanais, fora os afazeres que envolvam lavagem em geral. Agora, quando falamos de indústrias e empresas o problema é ainda maior. Ao mesmo tempo que nosso país consegue liderar o ranking com maior concentração de água doce no mundo, figura entre os que mais desperdiçam e poluem.
Segundo relatório do Instituto Trata Brasil, nossa nação segue piorando seus números em relação a gestão hídrica. Somente nos primeiros seis meses de 2022, 40% de toda o líquido potável captado foi perdido, em grande parte por vazamentos, falhas na distribuição ou até mesmo furtos.
Iniciativas governamentais como a meta estabelecida pelo Marco Legal do Saneamento, buscam reduzir esse desperdício em todos os estados nacionais para 25%, algo de certa forma desafiador para locais como Amapá que tem 74% de perda.
Ocorre, porém, que segundo dados da Confederação Nacional da Indústria, até 2030, o uso de água no Brasil deve aumentar em 24%. E, de acordo com a ONU, até 2050 mais ou menos 5 bilhões de pessoas sofrerão com a falta de água. Só no Brasil, por exemplo, temos já 35 milhões de pessoas sem acesso a ela.
Então, como a ESG entra para apoiar as mudanças necessárias para um consumo consciente de água, por exemplo? Uma das primeiras etapas é ter uma clara conscientização sobre o consumo, seja de uma análise detalhada de seus padrões de uso, identificando áreas de desperdício até mesmo passando pela conscientização dos funcionários através de treinamentos regulares.
A reutilização da água é uma das ideias sustentáveis mais eficazes, desta forma, as empresas podem implementar sistemas de captação da chuva para uso em atividades não potáveis, como lavagem de piso. A tecnologia também pode ser uma aliada importante nesse combate.
A implementação de sistemas de monitoramento e controle inteligentes, como sensores de umidade do solo e sistemas de irrigação controlados, podem otimizar o uso da água. Por fim, as companhias podem buscar certificações e selos que validem seus esforços visando a sustentabilidade.
Quando falamos sobre desperdício de água não nos restringimos apenas a dados relacionados aos danos ao meio ambiente, mas também em gargalos financeiros dentro de empresas. Atualmente, além de termos evitado o desperdício de mais de 365 milhões de litros de água em todo o Brasil, o suficiente para abastecer uma cidade de 2,7 milhões de habitantes por um dia.
Fui criado em Cajazeiras, no Ceará, e era comum em minha rotina ver minha mãe, avós e tias andando alguns quilômetros carregando potes de água em suas cabeças em busca de água, não potável, para usar no dia. Por isso, sempre tive o sonho de contribuir para que o mundo se tornasse um lugar melhor, e encontrei na gestão da água, uma maneira de colocar isso em prática.
Pensando sempre em realmente fazer a diferença, conseguimos gerar uma economia equivalente à R$ 10 milhões de reais para clientes como Rede D’Or, Rede Guanabara, Unimed, Eleva Educação, Multinacionais do setor de óleo e gás entre outros, através de nosso serviço. Nosso grande diferencial é que a empresa contratante não paga pela execução do serviço, remunerando apenas com base na economia gerada pela T&D Sustentável, cerca de 50%
A conservação e preservação da água é uma preocupação urgente em todo o mundo. Ao adotar práticas e implementarem ideias inovadoras, as empresas podem ter um papel significativo na preservação desse recurso vital.
Faça parte dessa mudança e deixe sua marca na conservação da água!
*Camillo Torquato é CEO da T&D Sustentável
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