Carlos Guilherme Nosé: sonhar é a melhor parte da realidade
Temos o hábito de reclamar quando algo não sai como o planejado, mas esquecemos de usar competências como persistir e manter a disciplina
Bússola
Publicado em 5 de agosto de 2022 às 15h30.
Última atualização em 5 de agosto de 2022 às 15h37.
Por Carlos Guilherme Nosé*
Ouvi a frase que escolhi como título deste texto há alguns dias e, automaticamente, parei para refletir. Me tornei o cara que eu sonhava ser? Sou da geração X, nascido em 1978, filho caçula de um pai engenheiro e de uma mãe professora de escola pública, típica família de classe média. No fim da adolescência e início da vida adulta vieram os dilemas na cabeça sobre o que fazer para o resto da sua vida.
Foi difícil largar o sonho de ser um esportista de sucesso, mesmo que eu não tivesse muito talento mesmo, e botar na cabeça que teria de escolher minha profissão. Tive o privilégio de fazer duas graduações, me formei em administração de empresas, estudando pela manhã e me especializei também em propaganda e marketing, curso que realizava à noite.
No primeiro ano de formado eu estava trabalhando na área de recursos humanos. Mas como assim? Precisei de quatro anos para cair de paraquedas na área de RH e descobrir minha real vocação. E vou mais além, para descobrir minha real paixão. Sonhava ter relevância na profissão que eu escolhesse, sonhava em viajar pela empresa, em ganhar dinheiro sim, em ser exemplo aos familiares e amigos, enfim, sonhava em ter sucesso.
Mas eu sabia que nada cairia no colo. Para realizar todos esses sonhos, precisava ralar muito e, principalmente, aproveitar cada porta que se abria, cada oportunidade que aparecesse na frente. E oportunidade aqui não é só mudar de emprego, é aprender mais, se expor, se envolver em áreas que não são a sua expertise. E o mais importante para mim: encarar as adversidades olhando o “copo sempre meio cheio”.
Nesse contexto, querendo cada vez mais evoluir, tive o prazer de me aproximar nesses últimos meses de um profissional incrível, o qual eu conheci em uma palestra há uns dez anos. O querido Pauê, com quem teremos a alegria de firmar uma parceria muito em breve. Pauê é um esportista que, devido a um acidente aos 18 anos de idade, perdeu as duas pernas. Em seu livro Caminhando com as próprias pernas, Pauê usa, inúmeras vezes, a palavra sonhar durante sua recuperação. Sonhava voltar a surfar, em voltar a fazer tudo o que fazia antes do acidente e esse foi o principal combustível para ser hoje um empresário e palestrante de sucesso.
Temos o hábito de reclamar quando algo não sai como o planejado. Nos irritamos, perdemos o dia aborrecidos e às vezes paramos de sonhar por pequenos percalços. Persistir, manter a disciplina, a resiliência e a ambição, competências tão faladas hoje, que no nosso dia a dia, às vezes, esquecemos de utilizá-las.
No meu caso e no do Pauê, posso garantir que o sonho está no nosso DNA. Sonhar nos abriu diversas portas, diversas oportunidades de conhecer pessoas incríveis, de inovarmos em nossas áreas e, principalmente, de estarmos cercados de pessoas do bem.
E para encerrar a reflexão, eu lhe pergunto: você sonha grande? Se sim, o seu esforço é condizente com o tamanho do seu sonho? Seja honesto consigo mesmo. Sonhar grande exige grandes esforços, mas também te trará grandes doses de felicidade.
*Carlos Guilherme Nosé é CEO da Fesa Group
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