BÚSSOLA TRENDS: Paixão Omnichannel
Jogos Olímpicos movimentam mercados e geram mais buzz do que nunca
Bússola
Publicado em 3 de agosto de 2021 às 16h26.
Por Alexandre Loures e Flávio Castro*
A Olimpíada de Tokio, sem dúvida nenhuma, é o evento mais multiplataforma que já existiu. Com as dificuldades da pandemia, a falta de público e as limitações impostas, o digital tem sido de fundamental relevância para estratégias de conteúdo e marketing que movimentaram diferentes mercados e geraram ainda mais buzz ao redor dos Jogos Olímpicos.
Atletas não são mais só atletas, mas sim influencers que produzem um conteúdo humanizado, contando suas trajetórias nas redes sociais, entrevistas para tv, canais de streaming e outras tantas mídias.
Neste cenário, temos uma presença superconectada do usuário que se move de um canal a outro, buscando conteúdo de acordo com seu interesse.
Para se ter uma ideia, na manhã de abertura dos Jogos, a marca que produziu as roupas da delegação brasileira na cerimônia de abertura, registrou faturamento de R$40 mil, além de mais de 5 mil seguidores em suas redes sociais, no primeiro dia das apresentações. No dia em que Rayssa Leal, a nossa “fadinha brasileira” conquistou a medalha de prata na competição de skate feminino, o Mercado Livre registrou um recorde de vendas de patins e skates, registrando a maior venda do ano.
Nas redes sociais, também vemos o impacto desta superconexão. O número de seguidores do Instagram de Rebecca Andrade, quando ganhou a medalha de prata na ginástica artística, subiu de 524 mil para 2,1M em apenas um mês e Ítalo Ferreira, medalha de ouro no surfe, alcançou a marca de quase 1 milhão e meio de seguidores.
Quando você pensou que os Jogos Olímpicos gerariam discussões e debates acerca de saúde mental? Pois a polêmica em torno de Simone Biles, a ginasta mais premiada na história dos EUA em mundiais, que desistiu de 5 provas e manteve todos os patrocinadores, gerou ainda mais conteúdo abrindo uma discussão inspirada em valores, respeito e autocuidado.
Dae Hee Kwak, diretor do centro de pesquisa de marketing esportivo da Universidade de Michigan, em uma entrevista, disse que a atleta ajuda outras pessoas com sua postura, com a coragem de se mostrar vulnerável, o que é muito maior do que ganhar uma medalha de ouro.
A verdade é que empresas de todos os segmentos estão se adaptando ao omnichannel, e à essa liberdade do consumidor de estar onde ele quer, consumir o que quer e o que lhe gera interesse.
As plataformas de streaming também tiveram que correr atrás, como a Globo que utilizou seu serviço de streaming — Globoplay — para criar pacotes especiais para seus assinantes acompanharem a Olimpíada. Vivo Play, Claro Now e Directv Go também estão transmitindo o conteúdo dos canais de esporte da Globo e Bandsports se juntou com a UOL Play para transmitir conteúdo para assinantes UOL.
Ao digitar “agenda olímpica” no Google, o usuário acessa tudo que está rolando durante o evento e ainda pode receber notificações quando competições importantes estão acontecendo.
Definitivamente, a Olimpíada de Tokio marcou a forma como nos conectamos com os jogos, com os atletas e com o conteúdo gerado online. A entrega tem que abranger esse consumidor que espera ter uma experiência que o envolva e o cative.
Ficar atento a esse conceito é entender que uma estratégia de marketing bem sucedida deve atender a esse público digital que é apaixonado pelo que consome e que tem a liberdade de “surfar” por vários canais.
Portanto, as Olimpíadas nos fizeram aprender que, cada vez mais, o consumidor vai querer ter uma experiência humanizada, que o aproxime de uma marca que transmita, para além do produto, um lifestyle ao qual ele se identifica ou quer se identificar.
Mão à obra e olhos atentos para essa transformação que envolve muito diálogo com o público, conexão e inspiração!
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*Alexandre LoureseFlávio Castrosão sócios da FSB Comunicação
Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a Exame. O texto não reflete necessariamente a opinião da Exame.
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