Brasileiros querem escolas e empresas com programas de saúde mental
Realidade, porém, indica que somente 19% das escolas mencionadas pelos pais em pesquisa possuem esse tipo de recurso gratuito para os alunos
Bússola
Publicado em 2 de junho de 2022 às 20h20.
Ainda que o nível de desemprego e a instabilidade econômica mundial continuem a preocupar a população, uma nova pesquisa realizada pela Pearson — maior empresa de aprendizagem do mundo — mostra que as prioridades das pessoas no ambiente de trabalho e nas escolas de seus filhos incluem introduzir e implementar mais temas referentes à saúde mental e ao bem-estar.
A Global Learner Survey ouviu mais de 5.000 pessoas adultas de cinco países (Brasil, China, Índia, Reino Unido e Estados Unidos) e detectou que, globalmente, 85% delas esperam que as empresas abordem com mais frequência os temas de saúde mental e bem-estar dentro do ambiente de trabalho. Esse mesmo percentual se repete no Brasil. Apesar da esperança, no país, 62% dos entrevistados afirmaram que seus empregadores não tomam quaisquer iniciativas neste sentido.
A maioria dos entrevistados afirmou que os serviços de saúde mental acessíveis nas escolas de seus filhos são críticos: no Brasil, 96% dos pais gostariam que as escolas oferecessem serviços de saúde mental gratuito aos estudantes, porém somente 19% das escolas mencionadas pelos pais possuem esse recurso. Globalmente, os índices ficam em 92% e 26%, respectivamente.
Quando o assunto é o ambiente acadêmico, as expectativas das escolas e universidades também são elevadas: 67% dos brasileiros acreditam que as crianças deveriam ser introduzidas a programas e recursos de bem-estar e saúde mental nos primeiros anos de vida escolar. Os brasileiros acreditam que as escolas deveriam desempenhar um papel mais importante na formação de pessoas para resolver as atuais questões: para 93% isso deveria ser feito, número maior do que o identificado globalmente (90%).
"Após dois anos e meio de pandemia, percebemos que, tanto global quanto nacionalmente, a demanda por cuidados da saúde mental se evidenciou em todos os âmbitos e o educacional não fica de fora. Tendo em vista esse cenário, pais e alunos desejam que temas relacionados ao bem-estar mental e psicológico não somente sejam abordados, mas que estejam em prática nos espaços de aprendizagem desde o início da formação escolar", afirma Juliano Costa, vice-presidente de Estratégia de Conteúdos na Pearson Latam.
Para que isso aconteça de forma satisfatória, as escolas precisam se manter atualizadas para conseguir atender essas novas necessidades, fomentando programas de atendimento e capacitação docente e discente e disponibilizando recursos psicopedagógicos que possibilitem que os seus profissionais e alunos tenham os cuidados necessários com sua saúde mental.”
Bem-estar
Mesmo com o cenário empregatício instável, os candidatos a empregos no Brasil estão mais propícios a dar prioridade às empresas que fomentam o cuidado à saúde mental quando avaliam potenciais novas oportunidades: 93% dos entrevistados declararam que pensam mais nas empresas que abordam ativamente a saúde mental e bem-estar dos empregados e 92% concordam que os benefícios de saúde mental e bem-estar são partes importantes na tomada de decisão sobre se devem ou não procurar um novo emprego. Globalmente, esses índices são de 90% e 86%, respectivamente.
Mais de 94% dos pais brasileiros consideram os serviços de bem-estar como elementos importantes quando decidem pela instituição de ensino superior que irão se matricular, ou matricular seus filhos. Número superior ao registrado globalmente (90%). Além de levarem em consideração estes temas, 93% dos pais brasileiros dizem estar inclinados a escolherem universidades, para si mesmos, ou para seus filhos, que se preocupam com a saúde mental dos seus alunos. Na pesquisa mundial, esse índice é de 90%.
Siga a Bússola nas redes: Instagram | Linkedin | Twitter | Facebook | Youtube
Veja também Beatriz Leite: Mãe empreendedora: a primeira mulher a se cansar
68% dos pais querem escola que mescle digital e tradicional, diz estudo
Open health pode ser solução para criar mercado mais competitivo na saúde