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Vem aí o partido Bolsonaro? Eduardo nega intenção

Filhos do presidente querem se afastar do PSL, envolvido em escândalo com uso de “laranjas”, e migrar para uma nova edição da UDN

SENADO: apenas 18 dias da atual legislatura e um novo partido pode estar a caminho | Edilson Rodrigues/Agência Senado / (Edilson Rodrigues/Agência Senado)
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Da Redação

Publicado em 18 de fevereiro de 2019 às 04h47.

Última atualização em 18 de fevereiro de 2019 às 11h22.

Na tentativa de se descolar do Partido Social Liberal (PSL), que enfrenta denúncias de ter usado candidaturas “laranjas” para se apossar de recursos do fundo partidário na última eleição, o clã Bolsonaro articula a mudança para uma nova sigla. Os filhos do presidente Jair Bolsonaro (PSL) negociam migrar para uma nova edição da União Democrática Nacional (UDN), de acordo com informações do jornal O Estado de São Paulo.

A expectativa é que as conversas lideradas pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro e apoiadas pelo vereador Carlos Bolsonaro continuem ao longo desta semana.

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Pelo Twitter, nesta segunda, Eduardo negou que esteja envolvido na articulação para a recriação da UDN,

Nova sigla

A nova sigla teria uma dupla função: afastar a família Bolsonaro dos problemas do PSL e ser uma opção para as lideranças da direita identificadas com o liberalismo econômico e com a pauta nacionalista e conservadora – exatamente o que o clã apoia. “Nosso sonho é que a UDN renasça grande e se torne o maior partido do Congresso”, disse ao jornal Marcus Alves de Souza, dirigente da legenda que já reuniu 380 mil assinaturas das 497 mil necessárias para homologação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Como o objetivo da legenda é atrair não apenas parlamentares descontentes com o PSL, mas também de outros partidos, é possível que a proposta impacte outros partidos, como o Novo. A sigla surgiu exatamente com o propósito de ser a renovação da direita no Brasil. Na última eleição, o Novo conquistou oito assentos na Câmara, bem menos que o PSL e o PT que elegeram o maior número de representantes, 54 cada.

A diferença entre eles é que o partido do presidente se aliou a outros, formando a maior bancada da Casa com 269 deputados (PSL, PP, PSD, MDB, PRB, PSDB, DEM, PTB, PSC e PMN). O PT, por sua vez, decidiu não se juntar ao bloco de oposição que conta com 81 representantes (PDT, Solidariedade, Pode, PCdoB, Pros, Avante, PV e DC). No Senado, o PSL tem menos assentos: apenas quatro, incluindo, o de Flávio Bolsonaro, filho do presidente, que está no centro de uma investigação sobre movimentações financeiras suspeitas da época em que era deputado no Rio de Janeiro.

A mudança de partido tem, portanto, o objetivo de preservar o capital eleitoral da família que, considerando somente a mais recente legislatura, está há pouquíssimo tempo no poder. É bom lembrar que o presidente tomou posse há menos de 50 dias, e os filhos há 18, mas, nesse escasso ínterim, houve tempo suficiente para escândalos eclodirem, um ministro ser fritado e, ao que tudo indica, o clã adotar uma nova legenda. Enquanto isso, o país espera pelas mudanças prometidas na campanha eleitoral.

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