Vacina contra gripe: segunda fase da campanha termina nesta sexta, muito abaixo da meta
O número ruim na aplicação da vacina contra a influenza vem somado ao fato da baixa procura pela terceira dose contra a covid-19
Gilson Garrett Jr
Publicado em 3 de junho de 2022 às 06h00.
A segunda etapa da campanha de vacinação contra a gripe termina nesta sexta-feira, 3, com números nada animadores. Segundo dados do Ministério da Saúde, a aplicação atingiu 44% do público prioritário, que é composto por quase 78 milhões de pessoas, entre crianças de seis meses a menores de cinco anos, trabalhadores da saúde, gestantes, puérperas, indígenas, idosos e professores.
A meta era imunizar 90% desta população. Por conta disso, o governo decidiu prorrogar a campanha até o dia 24 de junho. A partir do dia 25 de junho a imunização é aberta para toda a população, acima de 6 meses de vida, enquanto durar o estoque.
O número ruim na aplicação da vacina contra a influenza vem somado ao fato da baixa procura pela terceira dose contra a covid-19, com 43% da população imunizada, segundo o levantamento feito pelo consórcio de imprensa. Mais de 166 milhões de pessoas já receberam as duas doses da vacina contra o coronavírus, ou a dose única. Este valor é a soma dos 26 estados mais o Distrito Federal e equivale a aproximadamente 77% da população brasileira.
Tanto a covid-19 quanto a gripe são doenças respiratórias e já é comprovado que a imunização contra influenza ajuda na proteção também contra o coronavírus. Elas inclusive podem ser aplicadas juntas.
A baixa procura para completar o esquema de imunização da covid-19 e da gripe reflete na piora de casos confirmados. No último dia 1º de junho, o Brasil superou, pela primeira vez em dois meses, a marca de 30 mil diagnósticos de covid-19.
Por conta da alta, a prefeitura de São Paulo voltou a recomendar o uso de máscara em locais fechados e unidades escolares. A recomendação não tem caráter obrigatório, mas de escolha individual. A decisão teve como fundamento o aumento na positividade dos testes rápidos antígenos (TRAs) para covid-19. Na semana epidemiológica 17 (24 a 30 de abril), a taxa de positividade foi de 4%, enquanto em 30 de maio, a positividade foi de 18%.
Na tarde de terça-feira, 31, o Comitê Científico do estado de São Paulo também recomendou o uso de máscara em ambientes fechados. Apesar da medida do estado, prefeituras têm autonomia para tomarem decisões, como já julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
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De acordo com dados da Secretaria da Saúde, as internações de pessoas com a covid-19 em leitos de UTI estavam perto de 25% há cerca de um mês e têm aumentado nas últimas três semanas. O último boletim, atualizado na quinta-feira, 2, o estado estava com uma ocupação de 36% e a Região Metropolitana de São Paulo tinha 44% das UTIs ocupadas.
A média diária de casos em todo o estado que era de 2,5 mil confirmações há uma semana está em 5.799, segundo o último boletim. Já a média diária de óbitos estava em 268 há uma semana, e agora é de 442. Apesar do número crescente, está longe do pico registrado por conta da variante ômicron, em janeiro, quando a média de vítimas passou de 1,5 mil.
Em março deste ano, o estado de São Paulo decretou o fim do uso obrigatório em locais fechados, com exceção do transporte público (metrô, ônibus e trens) e em locais destinados à prestação de serviços de saúde, como hospitais e postos de saúde. A prefeitura da capital acompanhou a decisão do estado.
Há três semanas, em uma reunião de diretoria colegiada, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu manter o uso de máscara em voos e liberar o serviço de bordo em viagens domésticas. Em voos internacionais, o uso de máscara continuou obrigatório.
A medida determina que qualquer pessoa possa tirar a máscara nos voos, tanto domésticos quanto internacionais, desde que pontual e com o imediato uso da máscara após comer e se hidratar.
Durante a sessão em que ficou liberado o serviço de bordo, os diretores da Anvisa recomendaram o uso obrigatório de máscara em qualquer local fechado, não só nos voos. "A máscara é a última fronteira nesse processo de transição. Não é possível abrir mão da máscara", disse Alex Machado Campos, diretor da Anvisa.
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