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USP volta a discutir inclusão de cotas raciais em vestibular

A USP adota atualmente um sistema de inclusão, o Programa de Inclusão Social da USP (Inclusp), que dá bônus aos alunos advindos de escolas do ensino público

USP: como é possível uma universidade se dar por satisfeita quando, em um estado onde há 36% de negros, só há 0,8% em medicina, odontologia e direito, disse frei David (Divulgação/USP)
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Da Redação

Publicado em 25 de setembro de 2012 às 18h08.

São Paulo – A Universidade de São Paulo (USP) volta a discutir a adoção de cotas raciais em seu vestibular. A questão é um dos itens que serão debatidos na reunião de hoje (25) do Conselho Universitário da instituição. A USP adota atualmente um sistema de inclusão, o Programa de Inclusão Social da USP (Inclusp), que dá bônus aos alunos advindos de escolas do ensino público, mas não há cotas para estudantes negros ou indígenas.

“Se você comparar o Inclusp com outros programas de inclusão de outras universidades públicas do Brasil, você vai descobrir que o Inclusp é o programa que menos inclui brancos pobres e menos inclui negros”, disse o diretor executivo do Educafro, frei David Raimundo dos Santo. Ele participava de uma manifestação pró-cotas em frente ao prédio da Reitoria da USP, onde o conselho está reunido. O protesto teve a participação de cerca de 50 pessoas, segundo levantamente feito pela reportagem da Agência Brasil.

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“Como é possível uma universidade se dar por satisfeita quando ela está em um estado onde há 36% de negros e nos cursos de medicina, odontologia e direito só entram 0,8% de negros? Como ela pode estar tranquila e o conselho pode reunir-se e não perceber esse equívoco?”, disse.

Em 2012, 28% dos alunos que ingressaram na USP vieram da rede pública de ensino, de acordo com dados do Inclusp. O número corresponde a 3.038 vagas. Em 2011, o percentual de alunos egressos da rede pública era 25%.

Os cursos com o maior percentual de alunos vindos do ensino público foram: farmácia-bioquímica (45,3%), letras (42,8%), pedagogia (40%), jornalismo (39%) e ciências sociais (34,5%). Todos os cursos, entretanto, tiveram matrículas de alunos oriundos do ensino público.

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