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USP retoma aulas após 118 dias de greve

Proposta de negociação apresentada foi aprovada em assembleias dos professores e dos funcionários na semana passada


	Praça do Relógio, na Cidade Universitária: fim da greve na USP foi decretado após cinco audiências
 (Cecília Bastos /Jornal da USP/ USP Imagens)

Praça do Relógio, na Cidade Universitária: fim da greve na USP foi decretado após cinco audiências (Cecília Bastos /Jornal da USP/ USP Imagens)

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Da Redação

Publicado em 22 de setembro de 2014 às 15h00.

São Paulo - Após 118 dias de greve, a maior da história da Universidade de São Paulo (USP), as aulas foram retomadas hoje (22). O acordo para colocar fim à paralisação foi firmado, na última quarta-feira, no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região. Após cinco audiências, o impasse foi resolvido. A proposta apresentada – 5,2% de reajuste salarial pagos em duas parcelas, abono salarial de 28,6% e décimo terceiro salário de forma integral – foi aprovada em assembleias dos professores e dos funcionários na semana passada.

Para o sindicato dos trabalhadores, a greve foi necessária para fazer com que a reitoria abrisse negociação com os servidores. “Não conseguimos a reivindicação de aumento de 9,58%, mas a reitoria teve que sair do zero e concordar com a inflação do período. E terá que pagar abono retroativo a maio”, explicou Magno de Carvalho, diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp). Ele destaca, como vitória, a sinalização, por parte do governo do estado, de que os hospitais universitários não serão desvinculados da USP.

Sobre a reposição das horas da greve pelos funcionários, Carvalho explica que o acordo é que haverá compensação do trabalho acumulado. “[Caso seja necessário fazer horas extras,] haverá o limite de 70 horas”, explicou. A proposta da reitoria da USP era que as horas deviam ser integralmente repostas, com 2 horas diárias durante seis meses. “Isso seria punição. Há setores que não têm trabalho acumulado nenhum. Repor as horas independentemente da natureza do trabalho, é não reconhecer o direito de greve”, contestou.

No caso dos professores, o calendário de reposição das aulas será definido por cada unidade. De acordo com a reitoria, apenas duas das 42 unidades de ensino da USP tiveram as aulas afetadas pela paralisação, a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas e Escola de Comunicações e Artes. “Estamos falando em retomada de aulas do primeiro semestre, porque, de fato, fica muito difícil falar em uma reposição que dê conta dos 118 dias de greve”, avaliou César Minto, vice-presidente da Associação de Docentes da USP (Adusp).

Embora tenha aderido à greve no início, em 27 de maio, os trabalhadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) encerraram a paralisação no dia 11 de setembro, quando a reitoria fez a proposta de um abono de 28,6% e reajuste de 5,2% em duas parcelas. Os professores retomaram as aulas no dia 1º de agosto, após aceitar abono salarial de 21%. Em setembro, foi oferecido abono complementar de 7,6% aos docentes. De acordo com a assessoria de imprensa da Unicamp, agosto foi dedicado à reposição de aulas do primeiro semestre. O segundo semestre letivo passou para o período de 1º de setembro de 2014 a 10 de janeiro de 2015.

Na Universidade Estadual Paulista (Unesp), as atividades foram retomadas hoje, assim como na USP. A reitoria informou que cada unidade fará reuniões para discutir a recuperação dos dias parados. A mesma proposta de reajuste e abono foi oferecida aos trabalhadores da universidade.

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