"Tropa ninja" faz escolta de ato do MPL
Pela primeira vez, a equipe que fez a contenção do protesto foi a "tropa ninja", batalhão especializado em artes marciais da PM
Da Redação
Publicado em 29 de janeiro de 2015 às 20h45.
São Paulo - O Movimento Passe Livre (MPL) fez nesta quinta-feira o sexto ato contra o aumento da tarifa de ônibus, metrô e trem em São Paulo para R$ 3,50.
Mas, após uma série de casos de violência, houve mudança de estratégia.
Pela primeira vez, a equipe que fez a contenção do protesto foi a "tropa ninja", batalhão especializado em artes marciais da PM.
Em resposta, os manifestantes estenderam uma faixa na altura dos olhos dos PMs.
O ato foi até a frente da casa do prefeito Fernando Haddad (PT).
A concentração ocorreu no Masp, na Avenida Paulista, região central. Com a via em obras, o medo era de confrontos mais graves na área - em protestos anteriores, a Paulista foi vetada pela PM aos manifestantes.
Hoje o ato reuniu cerca de mil manifestantes, segundo a polícia - o MPL fala em 5 mil.
Antes mesmo de procurar os manifestantes para negociar o trajeto e evitar a área em obras, a Polícia Militar já distribuía tropas pela região da Avenida Paulista.
A Praça Alexandre Fleming e os arredores do Parque Trianon estavam cercados desde as 17 horas, por exemplo.
Enquanto isso, dezenas de black blocs se posicionavam no meio da multidão e na parte de trás da marcha.
Segundo a PM, 40 integrantes da tática foram identificados na manifestação e alguns empunhavam "escudos de madeira" na caminhada.
Ainda na concentração, por volta das 17h50, uma manifestação dos professores estaduais passou na frente do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e os integrantes do MPL aderiram ao protesto em solidariedade.
Os dois sentidos da Paulista foram ocupados. Cerca de dez minutos depois, a via foi liberada e os 200 professores se juntaram ao ato do Movimento Passe Livre.
Alguns dos integrantes tinha selos da central sindical Conlutas. O Sindicato dos Metroviários, ligado à mesma central, também estava no protesto.
Uma líder do MPL chegou a pedir vaias para a PM logo antes de ser deflagrada a saída da marcha.
"Vamos começar essa assembleia pedindo uma salva de vaias para a Polícia Militar, que veio para cá sem ser convidada", disse a militante do MPL Mayara Vivian.
Na saída, às 18h45, houve uma pequena confusão entre o cordão de isolamento feito pela "tropa ninja" e os ativistas.
Houve empurra-empurra, mas sem gravidade.
A escolha da casa de Haddad, no Paraíso, zona sul, foi uma tentativa do MPL em manter a atual onda de protestos focada na tarifa zero.
O grupo vem sofrendo pressão de movimentos que o apoiam, como o Território Livre e o Juntos, para falar também da falta de água na região metropolitana - o que atingiria o governo do estado.
Segundo o MPL, a ideia seria concentrar o protesto em presentear Haddad com um "Troféu Catraca pelos serviços prestados ao modelo de transporte-mercadoria".
Antes mesmo de a manifestação chegar à casa do prefeito, a Tropa de Choque já estava posicionada no quarteirão do prédio dele.
Quando os manifestantes chegaram ao local, a tensão aumentou.
No portão do prédio de Haddad, os PMs se posicionaram com uma perna à frente de outra, em posição de ataque. Os manifestantes, por sua vez, se sentaram no meio da rua, para fazer um jogral.
"Ele foi muito deselegante de não descer para receber o prêmio", ironizou Mayara, do MPL.
Vizinhos de Haddad também se manifestaram contra o aumento da tarifa.
"Ele deveria ter uma residência oficial igual ao Alckmin, morar em condomínio fechado", afirmou a dentista Rafaella DAngieri, de 32 anos. Já a psicóloga Alessandra Azevedo, de 44 anos, defendia o ato.
"Da forma como está, organizado, com todo mundo se respeitando, acho válida a manifestação. Tem muita coisa do que se reclamar, é um primeiro passo", disse.
"O fato de ser na minha rua não incomodou por causa do horário e porque está organizado", afirmou.
Por volta das 20h15, dois funcionários de um estacionamento saíram correndo atrás de um jovem que teria tentado assaltar o estabelecimento. A PM deteve o jovem. A situação por pouco não terminou em linchamento.
Segundo integrantes do MPL, o suposto assaltante era na verdade um policial infiltrado, buscando tumulto.
Às 20h30, os manifestantes decidiram prosseguir a marcha e interditaram a pista sentido zona sul da Avenida 23 de Maio.
O protesto seguia pacífico meia hora depois, quando passou pela Assembleia. Na sequência, diversos manifestantes subiram no Monumento às Bandeiras. Até as 21h30, o MPL não havia anunciado se marcaria novo ato contra a tarifa.
São Paulo - O Movimento Passe Livre (MPL) fez nesta quinta-feira o sexto ato contra o aumento da tarifa de ônibus, metrô e trem em São Paulo para R$ 3,50.
Mas, após uma série de casos de violência, houve mudança de estratégia.
Pela primeira vez, a equipe que fez a contenção do protesto foi a "tropa ninja", batalhão especializado em artes marciais da PM.
Em resposta, os manifestantes estenderam uma faixa na altura dos olhos dos PMs.
O ato foi até a frente da casa do prefeito Fernando Haddad (PT).
A concentração ocorreu no Masp, na Avenida Paulista, região central. Com a via em obras, o medo era de confrontos mais graves na área - em protestos anteriores, a Paulista foi vetada pela PM aos manifestantes.
Hoje o ato reuniu cerca de mil manifestantes, segundo a polícia - o MPL fala em 5 mil.
Antes mesmo de procurar os manifestantes para negociar o trajeto e evitar a área em obras, a Polícia Militar já distribuía tropas pela região da Avenida Paulista.
A Praça Alexandre Fleming e os arredores do Parque Trianon estavam cercados desde as 17 horas, por exemplo.
Enquanto isso, dezenas de black blocs se posicionavam no meio da multidão e na parte de trás da marcha.
Segundo a PM, 40 integrantes da tática foram identificados na manifestação e alguns empunhavam "escudos de madeira" na caminhada.
Ainda na concentração, por volta das 17h50, uma manifestação dos professores estaduais passou na frente do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e os integrantes do MPL aderiram ao protesto em solidariedade.
Os dois sentidos da Paulista foram ocupados. Cerca de dez minutos depois, a via foi liberada e os 200 professores se juntaram ao ato do Movimento Passe Livre.
Alguns dos integrantes tinha selos da central sindical Conlutas. O Sindicato dos Metroviários, ligado à mesma central, também estava no protesto.
Uma líder do MPL chegou a pedir vaias para a PM logo antes de ser deflagrada a saída da marcha.
"Vamos começar essa assembleia pedindo uma salva de vaias para a Polícia Militar, que veio para cá sem ser convidada", disse a militante do MPL Mayara Vivian.
Na saída, às 18h45, houve uma pequena confusão entre o cordão de isolamento feito pela "tropa ninja" e os ativistas.
Houve empurra-empurra, mas sem gravidade.
A escolha da casa de Haddad, no Paraíso, zona sul, foi uma tentativa do MPL em manter a atual onda de protestos focada na tarifa zero.
O grupo vem sofrendo pressão de movimentos que o apoiam, como o Território Livre e o Juntos, para falar também da falta de água na região metropolitana - o que atingiria o governo do estado.
Segundo o MPL, a ideia seria concentrar o protesto em presentear Haddad com um "Troféu Catraca pelos serviços prestados ao modelo de transporte-mercadoria".
Antes mesmo de a manifestação chegar à casa do prefeito, a Tropa de Choque já estava posicionada no quarteirão do prédio dele.
Quando os manifestantes chegaram ao local, a tensão aumentou.
No portão do prédio de Haddad, os PMs se posicionaram com uma perna à frente de outra, em posição de ataque. Os manifestantes, por sua vez, se sentaram no meio da rua, para fazer um jogral.
"Ele foi muito deselegante de não descer para receber o prêmio", ironizou Mayara, do MPL.
Vizinhos de Haddad também se manifestaram contra o aumento da tarifa.
"Ele deveria ter uma residência oficial igual ao Alckmin, morar em condomínio fechado", afirmou a dentista Rafaella DAngieri, de 32 anos. Já a psicóloga Alessandra Azevedo, de 44 anos, defendia o ato.
"Da forma como está, organizado, com todo mundo se respeitando, acho válida a manifestação. Tem muita coisa do que se reclamar, é um primeiro passo", disse.
"O fato de ser na minha rua não incomodou por causa do horário e porque está organizado", afirmou.
Por volta das 20h15, dois funcionários de um estacionamento saíram correndo atrás de um jovem que teria tentado assaltar o estabelecimento. A PM deteve o jovem. A situação por pouco não terminou em linchamento.
Segundo integrantes do MPL, o suposto assaltante era na verdade um policial infiltrado, buscando tumulto.
Às 20h30, os manifestantes decidiram prosseguir a marcha e interditaram a pista sentido zona sul da Avenida 23 de Maio.
O protesto seguia pacífico meia hora depois, quando passou pela Assembleia. Na sequência, diversos manifestantes subiram no Monumento às Bandeiras. Até as 21h30, o MPL não havia anunciado se marcaria novo ato contra a tarifa.