Brasil

Térmicas fazem emissões do sistema elétrico disparar 500%

Segundo o engenheiro florestal e consultor em clima Tasso Azevedo, crescimento em 2013 é fruto do uso intensivo dessa fonte em tempos de "águas magras"


	Emissões: usadas como backup, usinas térmicas comprometem desempenho ambiental do país  
 (Getty Images)

Emissões: usadas como backup, usinas térmicas comprometem desempenho ambiental do país  (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de fevereiro de 2014 às 18h35.

São Paulo – Calor excessivo e poucas chuvas castigam boa parte do país. Enquanto isso, as usinas termoelétricas atingem um pico histórico de carga nos dez primeiros dias do mês. Se o saldo econômico do uso intensivo dessa fonte de energia, mais cara que a geração de hidrelétricas, deixa o consumidor preocupado, o preço para o meio ambiente também deve ser motivo de atenção.

No Brasil, o acionamento recorrente das usinas térmicas  acarretou num aumento de quase 500% nas emissões de gases efeito estufa do setor elétrico, segundo o o engenheiro florestal e consultor para florestas e clima do Ministério do Meio Ambiente, Tasso Azevedo.

Segundo os cálculos do especialista, as emissões da energia gerada e distribuída por meio do Sistema Integrado Nacional (SIN)  saltaram de 10,7 milhões de tCO2 (tonelada equivalente de CO2) em 2009 — quando foi instituída a Política Nacional sobre a Mudança do Clima — para 51 milhões tCO2 em 2013.

“É um aumento expressivo, levando em conta que o Brasil tem o compromisso de diminuir suas emissões”, avalia Azevedo.

Essa alta, segundo ele, compromete o desempenho ambiental brasileiro. O especialista explica que as mudanças climáticas levam a um maior período de estiagem e, com a falta de chuva, os reservatórios entram em crise, o que leva ao acionamento de termelétricas, que são poluentes. "No final, elas só retroalimentam os nossos problemas", resume.

Alternativas

Azevedo aposta na energia solar fotovoltaica distribuída como uma alternativa às térmicas, e até mesmo à nossa fonte mais tradicional.

“Para o Brasil, a solução não é construir hidrelétricas, mas investir na distribuição de solar fotovoltaica distribuída. Ela diminuiria as contas de luz e tem um valor competitivo em relação ao que está sendo pago com as usinas termoelétricas. Além de ser uma fonte limpa de energia”, defende Azevedo.

“É um sistema de energia que pode ser instalado em poucos meses. Faz sentido, pois os principais picos de consumo passaram a ocorrer entre 14h e 16h, coincidindo com o horário de maior insolação. Quanto maior o calor e a demanda, mais energia solar teria disponível”, conclui. 

Acompanhe tudo sobre:ApagãoCarbonoEfeito estufaEletricidadeEmissões de CO2EnergiaEnergia renovávelEnergia solarInfraestruturaMeio ambientePoluiçãoUsinas

Mais de Brasil

Desde o início do ano, 16 pessoas foram baleadas ao entrarem por engano em favelas do RJ

Justiça suspende revisão que permitiria construção de condomínios nos Jardins

Dino convoca para fevereiro audiência com nova cúpula do Congresso para discutir emendas

Em decisão sobre emendas, Dino cita malas de dinheiro apreendidas em aviões e jogadas por janelas