Temer diz que não cometeu crime
Presidente também afirmou que os recursos que financiaram suas campanhas eleitorais foram declarados como determina a lei.
EFE
Publicado em 20 de maio de 2017 às 09h02.
Última atualização em 20 de maio de 2017 às 16h28.
Brasília - O presidente Michel Temer afirmou nesta sexta-feira que não está envolvido em nenhum tipo de crime e que os recursos que financiaram suas campanhas eleitorais foram declarados como determina a legislação.
"Michel Temer não recebeu valores, salvo os permitidos pela Lei Eleitoral e declaradas ao Tribunal Superior Eleitoral. Portanto, não está envolvido em nenhum tipo de crime", manifestou o Palácio do Planalto em comunicado divulgado hoje.
A nota foi uma resposta às novas acusações contra o presidente baseadas nas delações de diretores do Grupo JBS que foram divulgadas hoje e relatam o pagamento de propinas a milhares de políticos de todos os partidos.
Sobre Temer, um dos donos da JBS, Joesley Batista, afirmou que paga propina ao presidente desde 2010. Entre esse ano e 2010, o empresário teria chegado a pagar R$ 100 mil mensais ao presidente em troca de "diversos favores" no Ministério da Agricultura .
Batista também revelou que acertou no fim do ano passado com o deputado federal Rodrigo Rocha, aliado próximo de Temer, que pagaria ao presidente uma comissão de 5% sobre o faturamento de uma empresa elétrica da JBS que precisava de uma licença para operar.
Além disso, o diretor da JBS, Ricardo Saud, afirmou em delação que Temer pediu e recebeu R$ 15 milhões para as eleições de 2014 que seriam distribuídos entre os aliados. No entanto, o presidente teria ficado com R$ 1 milhão para ele em vez de usá-lo na campanha.
Todos os novos fatos se somam à gravação divulgada ontem, na qual Joesley Batista conta a Temer que procura favores para JBS em ministérios, recebe informações antecipadas sobre investigações e que está comprando o silêncio do deputado cassado Eduardo Cunha.
Por causa das delações, o Supremo Tribunal Federal abriu uma investigação contra Temer, que pode ser acusado dos crimes de obstrução de justiça, organização criminosa e corrupção passiva.
Na nota, Temer diz que "nada fez pelo ex-deputado Eduardo Cunha e isso prova que o presidente não obstruiu a Justiça".
EFE