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Tebet, Armínio e Marina promovem ato pró-Lula com empresários e CEOs

Os organizadores fizeram questão de dizer que o encontro não era uma manifestação de apoio a Lula e Alckmin

Simone Tebet sugeriu que Bolsonaro reeleito poderá tentar um terceiro mandato para se manter no poder. (SERGIO LIMA/AFP)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de outubro de 2022 às 09h02.

Última atualização em 27 de outubro de 2022 às 16h12.

A senadora Simone Tebet (MDB-MS), o economista Armínio Fraga e a deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP) se reuniram ontem em São Paulo, com cerca de 650 empresários, banqueiros, CEOs e economistas para tentar convencê-los a votar na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB) no segundo turno da eleição presidencial. O principal argumento apresentado pelos três foi o risco que consideram representar a reeleição de Jair Bolsonaro (PL) para a democracia no Brasil.

Os organizadores fizeram questão de dizer que o encontro não era uma manifestação de apoio a Lula e Alckmin - a presença não significava necessariamente concordância com a candidatura, mas uma tentativa de conseguir novos apoios à chapa para derrotar Bolsonaro.

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Simone Tebet sugeriu que Bolsonaro reeleito poderá tentar um terceiro mandato para se manter no poder. "A democracia já está fragilizada desde o primeiro dia do governo Bolsonaro. Eu estava lá em Brasília. O governo coloca uma instituição contra outra. E hoje já domina o Legislativo com o orçamento secreto. Poderá aumentar o número de ministros do Supremo Tribunal Federal e concentrar mais poder, acovardar os ministros do STF e, talvez, até implantar um terceiro mandato", afirmou.

O encontro foi organizado na casa da ambientalista Teresa Bracher e de seu marido, o banqueiro Cândido Bracher, mesmo lugar onde Simone começou sua campanha no primeiro turno - ela ficou em terceiro lugar, com 4,9 milhões de votos (4,2% do total). O evento também teve como organizadores Marisa Moreira Salles, Neca Setubal, a advogada Maria Stella Gregori, o editor Tomas Alvim e Ana Paula Guerra.

Armínio Fraga, que foi presidente do Banco Central no governo de Fernando Henrique Cardoso, afirmou que chegou a pensar em anular o voto, mas depois, mudou de ideia. "Eu nunca votei no Lula. A realidade do bolsonarismo acabou se impondo. A mudança do meu voto espelha o medo da deterioração da democracia. Se havia alguma dúvida, isso desapareceu. Vou votar no Lula sem qualquer condição."

Ex-ministra do Meio Ambiente de Lula, Marina afirmou ter três razões para votar no petista: compromisso com a democracia, o "imperativo ético" de combate às desigualdades e a possibilidade de estabelecer um processo de mudança para um modelo de desenvolvimento sustentável com a transição para uma economia de baixo carbono.

Receio

Os três falaram durante cerca de dez minutos. Entre os participantes há o receio de que, com um Congresso eleito mais à direita, Bolsonaro possa, finalmente, avançar contra o STF. Ao mesmo tempo, participantes do evento acreditam que o Legislativo funcionaria como contrapeso a um eventual governo Lula.

Estavam diretores e CEOs da Bloomberg, BMG, Safra, Siemens Energy, Suzano, Grupo Europa, Standard Bank Group, Grupo Ultra, Thyssenkrupp South America, Santander e outras empresas, além de economistas e empresários. As imagens devem ser distribuídas nas redes sociais da senadora e da campanha petista, explicando por que cada um estava tomando a posição.

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