STF deve decidir ainda hoje sobre nova denúncia contra Temer
ÀS SETE - Ainda que o texto tenha sido apresentado na quinta passada, um dia antes o Supremo já julgava um pedido de suspensão de eventual denúncia
Da Redação
Publicado em 20 de setembro de 2017 às 06h45.
Última atualização em 20 de setembro de 2017 às 07h34.
O Supremo Tribunal Federal deve desempacar nesta quarta-feira a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, apresentada na última quinta, por obstrução de Justiça e organização criminosa.
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Ainda que o texto tenha sido apresentado na quinta passada, um dia antes o Supremo iniciou o julgamento de um pedido de suspensão da eventual denúncia protocolado pela defesa do presidente.
Mesmo antes da flechada final de Rodrigo Janot, agora ex-procurador-geral da República, Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, advogado de Temer, justificava que a acusação poderia estar contaminada com provas ilegais, em virtude do escândalo do “autogrampo” em que Joesley Batista confessa irregularidades na relação com a PGR antes de firmar acordo de delação premiada.
O foco principal é a atuação de Marcello Miller, que teria agido como agente duplo. Ficou para o Supremo decidir se as provas serão ou não válidas nas ações penais.
O ministro Edson Fachin não enviou a acusação à Câmara esperando a resposta do tribunal. Nos bastidores, ventila-se que a tendência é que a denúncia seja enviada ao Congresso mesmo que não se decida que as provas serão válidas.
Os ministros consideram que este é o caminho natural e deve ser seguido. Fachin tinha a preocupação de que o rito fosse anulado sem a resposta.
De qualquer forma, uma outra tendência é que as provas formadas sejam aceitas pela Suprema Corte, agora ou adiante.
As provas podem ficar em segundo plano porque há pormenores para se discutir. Segundo a colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo, os ministros estudam enviar de volta a denúncia à PGR, para revisão da nova procuradora-geral, Raquel Dodge.
Além das polêmicas da delação da J&F, ministros acharam confusa a artimanha de Janot de linkar a formação e atuação do “quadrilhão do PMDB na Câmara” com as atividades de Temer na Presidência.
Sabendo disso, o governo se prepara para enterrar mais esta denúncia na Câmara. A aposta, inclusive, é de mais folga ainda em favor do presidente.
Como disse o chefe de análise política da Eurasia, Christopher Garman, a EXAME, ninguém quer pular do barco sem a certeza que ele afunda.