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SP vai garantir vacina mesmo sem acordo com governo federal

Doria disse ainda que São Paulo pretende também fornecer a vacina, batizada de CoronaVac, a outros estados que a quiserem

Doria: "A resposta é sim", disse o governador quando indagado se o governo de São Paulo garantirá o financiamento para se chegar a 100 milhões de doses da CoronaVac, na falta de uma acerto com o governo federal (Amanda Perobelli/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de outubro de 2020 às 18h30.

Última atualização em 28 de outubro de 2020 às 20h12.

O governo do estado de São Paulo garantirá os recursos para que 100 milhões de doses da vacina desenvolvida pela chinesa Sinovac e que será produzida no Brasil pelo Instituto Butantan estejam disponíveis no Brasil no ano que vem, mesmo que não haja acordo com o governo federal sobre o imunizante, disse o governador João Doria (PSDB) nesta quarta-feira.

Em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, Doria disse ainda que São Paulo pretende também fornecer a vacina, batizada de CoronaVac, a outros estados que a quiserem.

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Entretanto, tanto o governador quanto o secretário de Saúde do estado, Jean Gorinchteyn, e o presidente do Butantan, Dimas Covas, afirmaram que o ideal é que se chegue a um acordo com o governo do presidente Jair Bolsonaro para que a CoronaVac seja disponibilizada a todo o país por meio do Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde.

 

 

"A resposta é sim", disse o governador quando indagado se o governo de São Paulo garantirá o financiamento para se chegar a 100 milhões de doses da CoronaVac, na falta de uma acerto com o governo federal.

"O ideal é que façamos o rito dos últimos 50 anos: sistema nacional de imunização, aquisição e distribuição da vacina pelo Ministério da Saúde. Continuamos convictos de que essa é a melhor opção. Mas se houver uma negativa por razões de ordem política ou ideológica do governo federal, São Paulo—mediante aprovação da Anvisa — comprará a vacina, distribuirá a vacina e disponibilizará para todos os governos estaduais que desejarem."

Na semana passada, Bolsonaro desautorizou o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e revogou decisão que havia sido tomada por ele de incluir a CoronaVac no PNI e adquirir doses da vacina, uma vez que ela obtivesse registro junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Bolsonaro, que é adversário político de Doria, também se recusou a assinar medida provisória destinando 1,9 bilhão de reais para a CoronaVac. Ele argumentou que a vacina ainda não tem comprovação científica—embora seu governo tenha destinado também por MP o mesmo valor para a vacina de Oxford, que também não tem eficácia comprovada ainda.

 

 

O presidente disse ainda que a vacina da Sinovac não transmite segurança por ser de origem chinesa.

Também na entrevista coletiva, Dimas Covas lembrou que a Anvisa já autorizou a importação de 6 milhões de doses prontas da CoronaVac e que a agência deve se pronunciar até a próxima semana sobre a importação de insumos da vacina para a produção pelo Butantan de mais 40 milhões de doses, o que resultaria em 46 milhões de doses em dezembro.

O acordo firmado entre Butantan e Sinovac prevê um total de 100 milhões de doses da CoronaVac até maio. Estão inclusas neste pacote as 46 milhões de doses previstas para dezembro, cujo contrato entre Butantan e Sinovac é de 90 milhões de dólares.

Após a negativa de Bolsonaro à vacina chinesa, governadores de vários estados e diferentes partidos se manifestaram junto ao governo federal pedindo a inclusão da CoronaVac no PNI.

 

 

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