O Brasil atravessa um dos períodos mais intensos de onda de calor já registrados, com cidades quebrando recordes históricos de temperatura em pleno mês de dezembro. Dados oficiais do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) indicam que municípios do Sudeste, Centro-Oeste e Sul enfrentam temperaturas muito acima da média climatológica, como BH, São Paulo e Rio de Janeiro.
Durante o feriado de Natal, capitais e cidades do interior figuraram entre as mais quentes do país, evidenciando que o calor extremo não ficou restrito a uma única região, mas se espalhou por grandes áreas do território nacional.
São Paulo registra novo recorde histórico para dezembro
A cidade de São Paulo atingiu 37,2°C às 16h, deste domingo, 28, a maior temperatura já registrada para o mês de dezembro desde o início das medições, em 1961, segundo dados das estações automáticas do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
A marca superou o recorde anterior do mês, estabelecido apenas dois dias antes, quando a cidade havia alcançado 36,2°C às 15h de sexta, 26 e consolidou o último domingo de 2025 como um o dia mais quente já observado em um mês de dezembro.
Rio de Janeiro e Sudeste em geral concentram temperaturas extremas
No Rio de Janeiro, os termômetros se aproximaram dos 40 °C em diferentes pontos, colocando municípios fluminenses entre os que bateram recorde de temperatura durante o Natal, de acordo com levantamentos baseados em dados oficiais. A Região Sudeste, com alerta vermelho ativo, concentrou boa parte das cidades que tiveram ondas de calor, resultado da combinação entre forte insolação, pouca nebulosidade e ausência de sistemas de chuva mais organizados.
Belo Horizonte também teve picos: a região voltou a registrar temperatura mais alta de 2025 neste domingo, 28. Os termômetros marcaram 35,5 °C na região de Venda Nova, repetindo o recorde já observado em 7 de outubro, segundo dados meteorológicos oficiais.
Os recordes de calor calor extremo não se limitaram ao eixo Rio-São Paulo. Municípios do Centro-Oeste, tradicionalmente quentes, superaram médias históricas para dezembro, enquanto cidades do Sul, onde temperaturas tão altas são menos comuns nesta época do ano, também registraram crescimento.
O principal fator por trás dos recordes simultâneos é o bloqueio atmosférico, que impede a circulação normal das frentes frias. Esse padrão provoca dias consecutivos de calor intenso, noites com pouca queda de temperatura e redução das chuvas em algumas regiões, agravando a sensação térmica e os impactos do calor prolongado.
O Inmet destaca que episódios desse tipo tendem a se tornar mais frequentes e intensos, influenciados pelas mudanças climáticas e pelo aquecimento global.
De acordo com o Inmet, o calor intenso deve continuar enquanto o bloqueio atmosférico permanecer ativo. A expectativa é de alívio gradual a partir da segunda-feira, dia 29.
Orientação dos órgãos oficiais durante recordes de temperatura
O Inmet e o Ministério da Saúde recomendam cuidados durante ondas de calor, como acompanhar os alertas meteorológicos, manter hidratação constante, evitar exposição ao sol nos horários mais quentes e redobrar os cuidados com grupos vulneráveis. As autoridades alertam que recordes de calor não são episódios isolados, mas parte de um padrão climático cada vez mais extremo no país.