Relator do PL do impeachment, Weverton Rocha - Foto: Ciete Silvério (Esfera Brasil/Divulgação)
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Publicado em 10 de dezembro de 2025 às 11h10.
O relator do projeto que define novas regras para impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), senador Weverton Rocha (PDT-MA), pediu mais tempo para apresentar seu parecer e a votação da matéria deve ficar para 2026.
A análise da proposta estava marcada para esta quarta-feira, 10, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. O projeto é uma resposta à decisão do ministro Gilmar Mendes que restringiu à Procuradoria-Geral da República (PGR) a legitimidade para pedir a deposição de integrante do Supremo.
O magistrado também determinou que o impedimento de magistrados da corte só pode ocorrer com apoio de dois terços do Senado (54 votos) em vez da maioria simples da Casa (41 votos).
A decisão irritou senadores, que queriam dar uma resposta rápida ao STF. No entanto, o relator indicou que prefere deixar o tema para o próximo ano.
"Queria pedir a compreensão, foi sugerida uma sessão de debates, para que, na volta do recesso, volte para a CCJ e em seguida vote. Sair dessa questão de discutir lei por causa de liminar. Não dando motivo para dizerem que fizemos de afogadilho, para atender governo A ou B", afirmou.
Weverton disse que o projeto não tratará apenas de integrantes do Supremo e definirá novas regras também para impeachment de presidente da República, vice, ministros de Estado, procurador-geral da República, integrantes das Forças Armadas, juízes, governadores e prefeitos.
O senador é aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e próximo de ministros do STF. A tendência é que apresente um relatório que mantenha a ampliação do mínimo de votos necessários para impeachment de ministros do Supremo. Entretanto, o relatório deve enfrentar resistência da oposição.
O projeto em discussão foi apresentado em 2023 quando o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), autor da proposta, era presidente da Casa. O texto foi construído por uma comissão de juristas que foi presidida pelo então ministro do STF e atual ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.
Weverton afirmou que procurou líderes partidários para ouvir sugestões e que, parte delas, deve ser acolhida. "O papel do relator é esse: juntar o máximo possível de opiniões convergentes para a gente poder oferecer um texto que represente o sentimento da Casa. E o líder da oposição, o senador Rogério Marinho, me deu várias contribuições e, mesmo não concordando, eu preciso respeitá-las", disse.