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RJ e SP apertam cerco a sacolas e canudos. Mas e o delivery?

RJ proibirá sacolas; SP, canudinhos. Na China, debate público envolve o crescente acúmulo de lixo criado por aplicativos de entrega de comida e produtos

Lixo: o Brasil é o quarto maior produtor de lixo plástico do mundo, com 11,3 milhões de toneladas ao ano (Romeo Ranoco/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 26 de junho de 2019 às 07h04.

Última atualização em 26 de junho de 2019 às 07h30.

O cerco aos canudinhos e às sacolas plásticas ganha novos capítulos nesta quarta-feira. No estado do Rio entra em vigor uma lei que proíbe a distribuição e a venda de sacolas descartáveis em estabelecimentos comerciais, a começar pelos supermercados. Até o fim do ano, a nova lei afetará todo o comércio.

Os supermercados do estado utilizam em torno de 4 bilhões de sacolas plásticas por ano, e agora deverão substituí-las por versões reutilizáveis, que utilizem fontes renováveis em sua fabricação. O projeto de lei é do deputado Carlos Minc (PSB), ex-ministro do Meio Ambiente. Minc diz que a lei é inspirada em São Paulo , onde os supermercados já cobram pelas sacolinhas.

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Em São Paulo, o governador João Doria (PSDB) anunciou que vai sancionar nos próximos 15 dias um projeto de lei aprovado na Assembleia Legislativa que proíbe canudos de plástico no estado. Ontem, o prefeito Bruno Covas (PSDB) assinou um texto com as mesmas regras, valendo para a capital com entrada em vigor em 180 dias. Os canudinhos foram proibidos no Rio de Janeiro no ano passado. Diversos outras cidades e estados brasileiros têm medidas semelhantes.

O cerco aos mais emblemáticos produtos plásticos usados no dia-a-dia atende a uma pressão crescente contra o acúmulo de lixo. O Brasil é o quarto maior produtor de lixo plástico do mundo, com 11,3 milhões de toneladas, segundo o Banco Mundial. Fica atrás de Estados Unidos, China e Índia. Apenas 1,2% do total é reciclado, abaixo da média mundial de 9%.

A questão é ir além dos anedóticos canudinhos. Na China, o grande debate público envolve o plástico usado pelos cada vez mais presentes serviços de entrega de produtos e comida. A estimativa é que o uso de embalagens para entrega de comida tenha crescido nove vezes no país em dois anos, para 1,8 milhão de toneladas de recipientes plásticos em 2018.

De certa forma, a China está adiantada numa tendência que ganha força no Brasil, com as pessoas abandonando o hábito de cozinhar ou de sair para comer pelo delivery de pratos prontos e até de xícaras de café. Por lá, os aplicativos de entrega de comida faturaram 70 bilhões de dólares em 2018.

Embalagens também se avolumam com o crescente hábito de compras online de todo tipo de produto, com o uso intensivo de plástico e papelão. Ao abandonar o canudinho, mas comprar o jantar e o supermercado online, os consumidores moderninhos estão, na verdade, piorando o problema do lixo. São questões que devem entrar no radar de governantes brasileiros no futuro.

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