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Rio volta a cadastrar moradores da ocupação do terreno da Oi

Ocupantes serão encaminhados a vagas de emprego e incluídos em programas sociais, como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida


	Ocupação do terreno da Oi: prefeitura fez um levantamento preliminar das famílias durante a ocupação do terreno, em abril, e constatou que 75% dos moradores tinham até 30 anos e estavam desempregados (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Ocupação do terreno da Oi: prefeitura fez um levantamento preliminar das famílias durante a ocupação do terreno, em abril, e constatou que 75% dos moradores tinham até 30 anos e estavam desempregados (Tomaz Silva/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 9 de maio de 2014 às 17h14.

Rio de Janeiro - Moradores que ocuparam o terreno da empresa de telefonia Oi, no Engenho Novo, em abril, começaram a ser cadastrados hoje (9) pela prefeitura do Rio de Janeiro.

Eles serão encaminhados a vagas de emprego e incluídos em programas sociais, como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida. O cadastramento vai até o sábado da próxima semana (17).

A prefeitura fez um levantamento preliminar das famílias durante a ocupação do terreno, em abril, e constatou que 75% dos moradores tinham até 30 anos e estavam desempregados.

Segundo o secretário responsável pela ação, David Carlos Pereira Neto, inicialmente as famílias estavam reativas a uma abordagem da prefeitura, mas “Somente com o cadastro preliminar, um mapeamento social, pudemos definir uma linha de ação aqui”, explicou.

Para Daiane dos Santos, de 28 anos e três filhos, esta é uma chance de conseguir um emprego. “Quero trabalhar. Isso vai mudar minha vida. Vou colocar um filho na creche e outro na escola. Hoje não dá para fazer isso porque não tenho lugar fixo”, contou. Ela morava em quarto alugado com os filhos no Jacaré, antes de integrar a ocupação da Telerj.

Boa parte dos moradores que compareceram, hoje, ao local onde está sendo feito o censo, no Centro de Referência de Assistência Social Lar de Julia, no Cachambi, zona norte do Rio, está alojada na Igreja Nossa Senhora do Loreto.

Eles foram conduzidos pela própria Arquidiocese do Rio de Janeiro, depois de desocuparem o estacionamento da Catedral Metropolitana – o último local no qual o grupo se refugiou, após a expulsão do terreno.

A dona de casa Ana Gabriela Sobral, de 30 anos, que está na igreja com seus quatro filhos, disse que a grande expectativa é conseguir uma nova moradia. “Eu pago a casa. Não quero nada de graça. Se falarem assim: você foi contemplada com o Minha Casa, Minha Vida, e terá que pagar durante 100 anos, eu vou pagar. Só que já estou esperando há anos”, desabafou.

Ana Gabriela morava em um quarto com os filhos na casa da sogra, na comunidade Jacaré, na zona norte, de onde saiu para tentar “erguer um barraco” na ocupação. “Tudo é ruim na favela. É o tráfico, é a truculência da polícia, que não quer saber se você trabalha ou é bandido. Quer dizer, a gente não tem repeito de ninguém, não é lugar para meus filhos”, declarou.

Para Winnie Cristina Costa, de 24 anos, conseguir uma casa também é uma preocupação. “Pagar aluguel e sustentar filho é difícil”, disse a cabeleireira, que mora com familiares. “Tendo um teto, uma porta para fechar e sendo um lugar quentinho, está ótimo”, completou.

Segundo a prefeitura, moradores da antiga ocupação vão entrar para lista de famílias que esperam a entrega de imóveis populares. A meta é entregar, até o fim de 2016, cerca de 100 mil unidades, de acordo com o secretário de Governo.

Ele explica que a prioridade é para famílias que foram desapropriadas para obras públicas ou que vivem em áreas de risco.

Segundo a Secretaria Municipal de Habitação, há um déficit de 148 mil moradias no Rio de Janeiro.

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