Show de fogos na praia de Copacabana na festa de Réveillon. (Ricardo Moraes/Reuters)
Agência O Globo
Publicado em 23 de dezembro de 2022 às 08h20.
A Polícia Militar do Rio de Janeiro vai incrementar a vigilância no réveillon de Copacabana com uso de detetores de metal para coibir a entrada de armas de fogo e de objetos cortantes, como facas e canivetes, para evitar que arrastões voltem a acontecer na Praia de Copacabana durante a virada do ano.
Na passagem de 2021 para 2022, quatro pessoas foram esfaqueadas em assaltos ocorridos na areia. Entre as novidades que serão implantadas, na tentativa de oferecer proteção maior a cariocas e turistas, está a instalação de torres de observação ao longo da faixa de areia. As estruturas estarão equipadas com canhões de luz e vão ficar à beira d’água. O objetivo é monitorar um trecho de aproximadamente quatro quilômetros de extensão da orla, entre o Forte de Copacabana e a Avenida Princesa Isabel, no Leme.
Durante o último réveillon, foi justamente próximo ao mar que boa parte dos assaltos ocorreu. Para dificultar a ação dos bandidos, haverá ainda, em pontos estratégicos da faixa de areia, a instalação de tendas de policiamento, onde PMs ficarão trabalhando no patrulhamento. Também está prevista a utilização de quadriciclos para possibilitar que os agentes se desloquem mais rapidamente em caso de necessidade.
No planejamento para a primeira celebração de Ano Novo em grande estilo após a pandemia, o acesso de pedestres ao bairro ganhará barreiras com grades móveis ao longo das ruas que levam à orla de Copacabana e à Avenida Atlântica. A intenção da PM é criar uma espécie de cinturão de monitoramento no perímetro. A estratégia foi utilizada no carnaval de 2020, no Centro, para controlar o movimento de foliões atrás dos megablocos. Na época, a revista impediu que cerca de 150 facas, 55 estiletes e 40 tesouras, entre outros objetos, entrassem na área de desfiles.
A PM confirmou que o esquema de segurança em Copacabana, entre os dias 31 de dezembro de 2022 e 1º de janeiro de 2023, contará ainda com o apoio de imagens geradas por drones e helicópteros do Grupamento Aeromóvel da PM (GAM). Os registros serão recebidos simultaneamente por um carro-comando, que ficará em um ponto da orla, pela sala de operações do 19º BPM (Copacabana) e pelo Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), da Secretaria de Polícia Militar, na Cidade Nova. Assim, caso seja necessário, a decisão para deslocar uma equipe poderá ser tomada mais rapidamente.
O número de policiais que serão convocados para patrulhar Copacabana no réveillon ainda não foi fechado. No entanto, já é certo que o efetivo vai ultrapassar o utilizado na passagem de 2021 para 2022, quando 2.482 PMs trabalharam na região. De acordo com a PM, o policiamento na orla de Copacabana e em áreas de acesso mais próximas será feito por agentes do 19º BPM (Copacabana), que atuarão com apoio de homens cedidos por outros batalhões de área, além de agentes de unidades do Comando de Operações Especiais (COE) e do Comando de Policiamento Especializado (CPE).
— Esse planejamento é resultado da experiência que temos adquirido ao longo do tempo. A cada ano aprimoramos a nossa expertise em segurança de grandes eventos. E essa capacidade operacional da nossa tropa tem sido muito potencializada pelo emprego de recursos tecnológicos — afirma o coronel Luiz Henrique Marinho Pires, secretário estadual de Polícia Militar.
De acordo com a PM, o policiamento especial concentrará o maior contingente entre as 14h de sábado e 4h de domingo, dia 1º. Segundo o planejamento, haverá 29 pontos de bloqueio, em ruas paralelas que dão acesso à Avenida Atlântica, sendo 13 de interdição de trânsito e 16 locais de revista, com grades de proteção. Em cada um desses locais de revista 15 policiais estarão atuando com detetores de metal. Nesses pontos , os policiais também distribuirão pulseiras para crianças, colocando números de telefones de contato em caso de desaparecimento.
Para ampliar a visibilidade e a vigilância, PMs utilizarão um total de 30 torres de observação e monitoramento, onde ficarão abrigados. Elas terão 1,20 metro de altura e dez metros quadrados de área interna. Quinze delas serão posicionadas no calçadão da orla e a outra metade ficará na faixa de areia, perto da água.
A faixa de areia contará ainda com cinco tendas posicionadas em pontos estratégicos, distribuídos em um trecho localizado entre a Avenida Princesa Isabel e Rua Francisco Sá. Cada uma delas poderá abrigar até dez policiais, dependendo do horário. De acordo com a PM, o planejamento contempla o controle do fluxo de público, estimado em 2 milhões de pessoas, antes, durante e depois da festa. Além do espetáculo de fogos, estão programados shows em dois palcos — um na altura da Rua Santa Clara e outro em frente ao Copacabana Palace.
O planejamento da PM prevê 64 pontos de baseamento com viaturas em toda a extensão da Avenida Atlântica e ruas internas do bairro. Haverá ainda emprego de policiamento a pé para reforçar o patrulhamento em locais de maior demanda, como por exemplo nas imediações dos palcos. O esquema também vai utilizar oito cabines já existentes na orla e em ruas próximas, cada uma delas servindo como base para até quatro policiais.
O policiamento do réveillon em Copacabana servirá como teste para o projeto experimental de georreferenciamento das equipes, já em andamento no 19º BPM e em outras três unidades. O projeto permite que os centros de operações da corporação monitorem, em tempo real, a localização dos policiais por meio de um GPS acoplado às câmeras portáteis usadas no uniforme.
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