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Reitor da USP delega para que comissão apure denúncias

O reitor da Universidade de São Paulo delegou à Comissão de Direitos Humanos da instituição que supervisione a apuração de denúncias de abusos na USP

Reitoria da USP: "a partir de agora, todas as denúncias ou suspeitas de violações terão de ser comunicadas à comissão", disse reitor (Francisco Emolo/USP Imagens)
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Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2015 às 23h02.

O reitor da Universidade de São Paulo ( USP ), Marco Antonio Zago, anunciou hoje (21) que delegou à Comissão de Direitos Humanos da instituição a responsabilidade de supervisionar a apuração de todas as denúncias de abusos dentro da universidade, como agressões, trotes violentos, estupros e assédios.

O anúncio foi feito durante sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) que apura violações de direitos humanos na instituição.

“A Comissão de Direitos Humanos será responsável pelas ações e respostas dos dirigentes da universidade diante de denúncias ou suspeitas” disse Zago à CPI. A partir de agora, todas as denúncias ou suspeitas de violações terão de ser comunicadas à comissão, assim como a abertura e o final da sindicância e o respectivo resultado. “[Isso] para que desapareça a suspeita de que diretores ou responsáveis por sessões estão, de alguma forma, escondendo casos ou tentando abafar situações”, disse.

Segundo o reitor todas as denúncias apresentadas pela CPI serão investigadas, mesmo aquelas em que não houve denúncia formal dentro da universidade.

Desde o ano passado, a Alesp tem recebido uma série de relatos de agressões, trotes violentos, estupros e assédios ocorridos dentro da Faculdade de Medicina da USP, feitos por alunos da própria instituição. Depoimentos das vítimas à CPI, instalada em dezembro, confirmaram as denúncias. Cerca de 50 pessoas, entre vítimas, professores e especialistas, foram ouvidas.

A Comissão de Direitos Humanos da USP é presidida por José Gregori e composta também por Celso Lafer, Maria Hermínia Brandão Tavares de Almeida, Calixto Salomão, Pedro Dalari, Valentim Gentil Filho, Nancy das Graças Cardia, Ruy Martins Altenfelder Silva e um representante dos servidores da universidade e um dos estudantes.

O reitor se comprometeu publicamente ainda a desenvolver o trabalho da Comissão de Direitos Humanos em conjunto com coletivos de mulheres e alunas da USP. “[Os coletivos] vão se encontrar com a comissão, assim como dentro da própria reitoria tomaremos providências com a lista de propostas que elas fizeram. As propostas são, se não todas, praticamente todas factíveis”, disse o reitor. Entre as propostas estão a elaboração de uma cartilha específica para as calouras e a instalação de iluminação em partes ermas dos campi. Uma carta com todas elas foi entregue ao reitor.

Zago, no entanto, não quis se manifestar sobre o Show Medicina, evento que ocorre há mais de 50 anos na Faculdade de Medicina da USP, onde, segundo relatos feitos à CPI, ocorrem sessões de humilhações e agressões a calouros. “Não tenho opinião a dar porque desconhecia todos esses fatos”, disse.

O reitor também não quis garantir que, em 2015, os calouros não passarão por situações de humilhação similares às relatadas na CPI. “Estamos tomando as medidas possíveis para impedir, para coibir. Eu não posso prometer que não ocorrerão crimes, o que eu posso dizer é que nós vamos tomar medidas tanto preventivas como educativas para evitar que os crimes ocorram”, disse.

O reitor também não quis comentar as declarações do professor de patologia da Faculdade de Medicina da USP, Paulo Saudiva, dadas ontem, de que a instituição foi "mole" e errou ao não dar ouvidos às primeiras informações sobre atos violentos cometidos pelos alunos dentro da faculdade. “Eu prefiro dizer que eu estou buscando tomar medidas. Eu não vou dar opinião sobre o passado”, declarou.

O presidente da CPI, o deputado Adriano Diogo (PT), disse ter ficado decepcionado com a sessão. Ele cobrou vontade política da USP para dar um basta ao ciclo de abusos relatados. “Uma Comissão de Direitos Humanos [da USP] muito boa, de excelentes nomes, mas são muito terceirizadas as responsabilidades e as relações. Tem coisas que a gente tem de assumir como um mote próprio, uma vontade de mudar uma realidade. Essa questão dessa máquina gigantesca de tortura e dessa cadeia de comando, essa geração de interesses, tem de haver uma vontade política de quebrar isso”, disse.

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O reitor da Universidade de São Paulo ( USP ), Marco Antonio Zago, anunciou hoje (21) que delegou à Comissão de Direitos Humanos da instituição a responsabilidade de supervisionar a apuração de todas as denúncias de abusos dentro da universidade, como agressões, trotes violentos, estupros e assédios.

O anúncio foi feito durante sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) que apura violações de direitos humanos na instituição.

“A Comissão de Direitos Humanos será responsável pelas ações e respostas dos dirigentes da universidade diante de denúncias ou suspeitas” disse Zago à CPI. A partir de agora, todas as denúncias ou suspeitas de violações terão de ser comunicadas à comissão, assim como a abertura e o final da sindicância e o respectivo resultado. “[Isso] para que desapareça a suspeita de que diretores ou responsáveis por sessões estão, de alguma forma, escondendo casos ou tentando abafar situações”, disse.

Segundo o reitor todas as denúncias apresentadas pela CPI serão investigadas, mesmo aquelas em que não houve denúncia formal dentro da universidade.

Desde o ano passado, a Alesp tem recebido uma série de relatos de agressões, trotes violentos, estupros e assédios ocorridos dentro da Faculdade de Medicina da USP, feitos por alunos da própria instituição. Depoimentos das vítimas à CPI, instalada em dezembro, confirmaram as denúncias. Cerca de 50 pessoas, entre vítimas, professores e especialistas, foram ouvidas.

A Comissão de Direitos Humanos da USP é presidida por José Gregori e composta também por Celso Lafer, Maria Hermínia Brandão Tavares de Almeida, Calixto Salomão, Pedro Dalari, Valentim Gentil Filho, Nancy das Graças Cardia, Ruy Martins Altenfelder Silva e um representante dos servidores da universidade e um dos estudantes.

O reitor se comprometeu publicamente ainda a desenvolver o trabalho da Comissão de Direitos Humanos em conjunto com coletivos de mulheres e alunas da USP. “[Os coletivos] vão se encontrar com a comissão, assim como dentro da própria reitoria tomaremos providências com a lista de propostas que elas fizeram. As propostas são, se não todas, praticamente todas factíveis”, disse o reitor. Entre as propostas estão a elaboração de uma cartilha específica para as calouras e a instalação de iluminação em partes ermas dos campi. Uma carta com todas elas foi entregue ao reitor.

Zago, no entanto, não quis se manifestar sobre o Show Medicina, evento que ocorre há mais de 50 anos na Faculdade de Medicina da USP, onde, segundo relatos feitos à CPI, ocorrem sessões de humilhações e agressões a calouros. “Não tenho opinião a dar porque desconhecia todos esses fatos”, disse.

O reitor também não quis garantir que, em 2015, os calouros não passarão por situações de humilhação similares às relatadas na CPI. “Estamos tomando as medidas possíveis para impedir, para coibir. Eu não posso prometer que não ocorrerão crimes, o que eu posso dizer é que nós vamos tomar medidas tanto preventivas como educativas para evitar que os crimes ocorram”, disse.

O reitor também não quis comentar as declarações do professor de patologia da Faculdade de Medicina da USP, Paulo Saudiva, dadas ontem, de que a instituição foi "mole" e errou ao não dar ouvidos às primeiras informações sobre atos violentos cometidos pelos alunos dentro da faculdade. “Eu prefiro dizer que eu estou buscando tomar medidas. Eu não vou dar opinião sobre o passado”, declarou.

O presidente da CPI, o deputado Adriano Diogo (PT), disse ter ficado decepcionado com a sessão. Ele cobrou vontade política da USP para dar um basta ao ciclo de abusos relatados. “Uma Comissão de Direitos Humanos [da USP] muito boa, de excelentes nomes, mas são muito terceirizadas as responsabilidades e as relações. Tem coisas que a gente tem de assumir como um mote próprio, uma vontade de mudar uma realidade. Essa questão dessa máquina gigantesca de tortura e dessa cadeia de comando, essa geração de interesses, tem de haver uma vontade política de quebrar isso”, disse.

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