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Querem me deixar como Rainha da Inglaterra, diz Bolsonaro sobre Congresso

Ao proferir a frase, presidente criticava Projeto de lei na Câmara que transfere a parlamentares o poder de indicar integrantes de agências reguladoras

Bolsonaro em cerimônia no Planalto junho de 2019): presidente reconheceu na sexta problemas de articulação política (Adriano Machado/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de junho de 2019 às 14h45.

Última atualização em 22 de junho de 2019 às 14h46.

Brasília - O presidente Jair Bolsonaro criticou neste sábado, 22, projeto de lei na Câmara que transfere a parlamentares o poder de indicar integrantes de agências reguladoras. Segundo ele, a medida vai transformá-lo em uma "Rainha da Inglaterra", que reina, mas não governa.

"Querem tornar privativo do Parlamento indicações para agências. Querem me deixar como Rainha da Inglaterra?", questionou. Na avaliação do presidente as agências "travam ministérios, pois você fica sem ação, tem que negociar com a agência, cria um poder paralelo".

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Em seguida, Bolsonaro emendou que no governo Dilma Rousseff (PT) havia o "conselhão", pelo qual todo projeto aprovado pela Câmara tinha que passar. "Quem seriam os integrantes desse conselhão? Petistas".

O presidente informou que o ministro da Economia Paulo Guedes decidiu reduzir concursos públicos a poucas áreas, e citou que as exceções são para Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal. O motivo seria falta de verba. "Fora isso, dificilmente teremos concursos no Brasil nos próximos poucos anos", afirmou o presidente a jornalistas.

Nesta manhã, o presidente saiu do Palácio da Alvorada rumo ao prédio médico na área do Palácio do Planalto, onde fez exames antes de sua viagem ao Japão, para encontro do G-20, na próxima semana.

Articulação política

Após derrotas no Congresso, Bolsonaro reconheceu na sexta, 21, problemas de articulação política entre o Planalto e a Casa. O presidente atribuiu as dificuldades à "inexperiência" e admitiu que teve de adotar o modelo que era usado no Palácio do Planalto de Michel Temer.

O mea-culpa ocorre após editar Medida Provisória que retirou a articulação política das mãos do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), e transferiu-a para o general da ativa Luiz Eduardo Ramos, recém-nomeado por Bolsonaro para a Secretaria de Governo.

"Quando montamos aqui, no primeiro momento, por inexperiência nossa, tivemos algumas mudanças nas funções de cada um que não deram certo", disse o presidente em entrevista. "Em grande parte, retornamos ao que era feito em governo anterior."

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