Estação da Luz, em São Paulo, que deixará de ser atendida pela linha 7-rubi (NurPhoto / Contributor/Getty Images)
Repórter de macroeconomia
Publicado em 1 de março de 2024 às 12h43.
Última atualização em 1 de março de 2024 às 23h21.
A linha 7-rubi da CPTM de São Paulo foi concedida à iniciativa privada em um leilão na quinta, 29, junto ao projeto de trem São Paulo a Campinas. No entanto, levará mais de um ano para que o consórcio C2, vencedor da disputa, assuma a operação por completo.
O ramal liga Jundiaí, na Grande São Paulo, ao centro da capital, passando por cidades como Francisco Morato, Franco da Rocha e Caieiras.
A razão desta demora é evitar os erros na transição das linhas 8 e 9, em 2022, marcada por batidas, descarrilamentos e um forte aumento de falhas após a concessionária ViaMobilidade assumir a operação.
"Tudo que a gente que viu que deu errado das linhas 8 e 9 a gente tentou dar uma solução. Uma das coisas foi a antecipação de investimento, outra o tempo de transição, depois uma fase com a CPTM supervisionando o privado a trabalhar", disse Rafael Benini, secretário estadual de Parcerias e Investimentos.
Veja abaixo mais respostas sobre a transição.
Desta vez, a transição durará até 18 meses após a assinatura do contrato. Essa assinatura pode ocorrer em até 120 dias após o leilão desta quinta, 29 de fevereiro. Com isso, a mudança deve ser concluída no final de 2025 ou começo de 2026.
O ramal vai ser operado pelo consórcio C2, formado pelo grupo Comporte e pela estatal chinesa CRRC. O Comporte opera o metrô de Belo Horizonte e o VLT de Santos, além de várias empresas de ônibus municipais e rodoviários, como a Prata e a Piracicabana.
O Comporte é controlado pela família Constantino, que fundou a Gol Linhas Aéreas e hoje atua como um dos controladores indiretos da empresa. A Gol atualmente faz parte do grupo Abra, holding que inclui a Avianca.
Já a CRRC é uma das maiores fabricantes de materiais ferroviários do mundo. Controlada pelo governo da China, ela já forneceu trens para o metrô do Rio de Janeiro e atuou em projetos em várias cidades da América Latina.
Com a concessão, a linha 7 passará a ir somente até a Barra Funda. Hoje, vai até o Brás, mas na prática os trens costumam seguir viagem até Mauá ou Rio Grande da Serra, passando pelo ABC paulista, no modelo chamado de serviço 710.
Assim, os passageiros que quiserem seguir viagem até o centro terão de descer na Barra Funda e pegar outra linha de trem ou o metrô.
No entanto, ainda não há data anunciada para o encurtamento do serviço.
Sim. O contrato prevê reformas de estações, trocas de trens e outras mudanças, como alterações no pátio de trens da Lapa.
A linha seguirá com a tarifa alinhada ao valor cobrado para viagens de trem e metrô na Grande São Paulo. Atualmente, a tarifa é de R$ 5, com reajustes quase sempre anuais, de acordo a inflação.
Não há planos para isso, segundo Rafael Benini, secretário de Parcerias em Investimentos de São Paulo.