Poder da Igreja Universal se espalha do cinema à política
ÀS SETE - A estreia histórica da biografia de Edir Macedo nas telonas e o anúncio da candidatura de Flávio Rocha mostram a força da igreja no país
Da Redação
Publicado em 29 de março de 2018 às 06h22.
Última atualização em 29 de março de 2018 às 10h22.
Estreia nesta quinta-feira o longa metragem “Nada a Perder”, uma cinebiografia do bispo Edir Macedo. O filme chega às salas como marco de bilheteria: vendeu mais de 3 milhões de ingressos antecipados, segundo a Paris Filmes.
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Fenômeno parecido aconteceu com o lançamento de “Dez Mandamentos – O Filme”, que rendeu 11 milhões de ingressos enquanto esteve em cartaz, em 2016.
O novo longa, dirigido por Alexandre Avancini, conta a história de formação da Igreja Universal do Reino de Deus , que rendeu ao fundador, junto com a posse da Rede Record de televisão, uma fortuna de 1 bilhão de dólares.
O poder da Universal, assim como o de Macedo, espalha-se não só para a mídia, como também para a política. O braço político da igreja, o PRB, anunciou nesta semana a filiação de Flávio Rocha, dono da varejista Riachuelo, como candidato à Presidência da República.
Rocha é tudo o que o partido de Macedo queria. Também bilionário, com patrimônio em torno de 1,3 bilhão de reais, o empresário poderá autofinanciar sua empreitada em uma campanha com severos limites orçamentários para os partidos políticos.
Além disso, não é um político tradicional e capitaneia movimentos conservadores nos costumes, como quer a Universal. No palanque político, o PRB conta com expoentes como o ex-ministro da Indústria e Comércio Exterior, Marcos Pereira, e o ex-senador e prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella.
O Grupo Guararapes, que comanda a Riachuelo, é uma das patrocinadoras do filme sobre Edir Macedo. Ainda no campo da cultura, o bispo lançou há 10 anos o livro “Projeto de Poder”, em que descreve o plano político que Deus reservou aos evangélicos. Entre 2010 e 2014, os candidatos evangélicos cresceram 45%.
Agora, com um empresário candidato ao Planalto (estratégia que funcionou em 2016 com João Doria, pelo PSDB), com o prefeito de uma das principais capitais nas mãos e influência no Congresso, Edir Macedo conta sua própria história de sucesso nas telas para aumentar ainda mais sua influência política no país.