(Miguel Schincariol/Nelson Almeida/AFP/Getty Images)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 30 de agosto de 2022 às 17h37.
Questionados em qual candidato a presidente não votariam de jeito nenhum na eleição de outubro, 45% dos brasileiros respondem Jair Bolsonaro (PL). O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vem logo em seguida, com 42% de rejeição. Ciro Gomes, do PDT, tem 19%. A pergunta faz parte da pesquisa eleitoral EXAME/IDEIA, divulgada no dia 25 de agosto, e os entrevistados podiam marcar mais de um nome.
Há um mês, Bolsonaro tinha 46% de rejeição, e Lula, 40%, ou seja, oscilaram dentro da margem de erro da pesquisa, que é de três pontos percentuais para mais ou para menos. Na sondagem de julho, Ciro Gomes tinha os mesmos 19%.
Para um candidato à reeleição e a pouco mais de um mês do pleito, ter uma rejeição mais alta que os oponentes é algo que pode dificultar uma vitória, na opinião de Maurício Moura, fundador do IDEIA. O pesquisador ainda destaca que naturalmente um presidente em exercício e um ex-presidente vão ter uma taxa de rejeição maior que os demais candidatos por serem mais conhecidos da população.
"O saldo da avaliação do governo do Bolsonaro ainda é deficitário. E esse resultado tem impacto obviamente no potencial eleitoral dele. O teto de rejeição é maior do que o do ex-presidente Lula. Dessa maneira, continuo acreditando que vai ganhar quem tiver uma rejeição menor", diz.
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Foram ouvidas para esta pesquisa de agosto 1.500 pessoas entre os dias 19 e 24 de agosto. As entrevistas foram feitas por telefone, com ligações tanto para fixos residenciais quanto para celulares. A sondagem foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número BR-02405/2022. A EXAME/IDEIA é um projeto que une EXAME e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. Veja o relatório completo.
Outro dado da pesquisa EXAME/IDEIA que reflete índice de rejeição é a pergunta sobre se Bolsonaro merece ou não ser reeleito. Entre os eleitores, 44% dizem que o atual presidente merece mais uma chance no comando do poder Executivo. Este número era de 41% há um mês. Os que não dariam um novo mandato a Bolsonaro somam 50%. Em agosto eles eram 53%.
A taxa de rejeição ajuda a entender alguns números de intenção de voto no primeiro turno. Em uma pergunta estimulada, com os nomes apresentados previamente, Lula tem 44% das intenções de voto, mesmo número registrado na pesquisa feita há um mês. Já Bolsonaro saiu de 33% para 36%. O aumento está no limite da margem de erro da pesquisa.
Ciro Gomes aparece com 9%, e Simone Tebet (MDB), 4%. Os demais candidatos fizeram 1% ou não pontuam. Brancos e Nulos somam 2%, e aqueles eleitores que dizem que não sabem são 3%.
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Maurício Moura explica que apesar da alta taxa de rejeição de Lula e de Bolsonaro, eles despontam em primeiro e segundo lugar. Isso ocorre porque há votos antipetista e antibolsonarista. Esses dois sentimentos de rejeição levam o eleitor a escolher o candidato que ele ache mais antagonista, polarizando o pleito.
Em uma simulação de segundo turno, a disputa entre Lula e Bolsonaro ficou estável, se comparado com a última pesquisa. O petista tem 49%, ante 47% em julho. O atual ocupante do Palácio do Planalto pontuou 40%, e há um mês tinha 37%. Os dois crescimentos estão dentro da margem de erro da pesquisa.
EXAME/IDEIA ainda testou outros quatro cenários de segundo turno. Lula venceria Tebet (46% X 26%), e Ciro Gomes (43% X 31%). Bolsonaro seria vitorioso em uma disputa contra Ciro Gomes (38% X 34%), e também contra Tebet (40% X 25%).