Na berlinda, Temer apela ao Bolsa Família
ÀS SETE - O presidente Michel Temer (MDB) vai aproveitar o feriado do Dia do Trabalho, no 1º de maio, para anunciar um reajuste do programa Bolsa Família
Da Redação
Publicado em 30 de abril de 2018 às 06h37.
Última atualização em 30 de abril de 2018 às 07h46.
O presidente Michel Temer (MDB) vai aproveitar o feriado do Dia do Trabalho , no 1º de maio, para anunciar um reajuste do programa Bolsa Família . Trata-se do segundo reajuste na conta do benefício desde que Temer chegou ao Palácio do Planalto, em maio de 2016. A previsão é que o reajuste fique próximo à reposição da inflação de 2017, algo inferior aos 3%. Em miúdos, significa que o poder de compra será apenas mantido. Mas para o governo o que importa é o simbolismo.
Às Sete – um guia rápido para começar seu dia
Leia também estas outras notícias da seçãoÀs Setee comece o dia bem informado:
- ONU em Mianmar: esperança para os Rohingya?
- Banco Inter: um IPO na emenda do feriado
- Curtas – uma seleção do mais importante no Brasil e no mundo
O aumento passado se deu nos últimos dias de Dilma Rousseff (PT) como presidente da República. O papel de Temer, então, foi aumentar o ajuste de 9% para 12,5%. A ideia agora era dar aos beneficiários uma taxa melhor, mas houve veto da equipe econômica por conta do estado das contas públicas.
A cúpula do presidente ensaiou antecipar o anúncio para a sexta-feira, quando o presidente foi alvo de reportagem do jornal Folha de S. Paulo, que mostrava detalhes do inquérito dos portos. A principal revelação foi de que Temer, segundo os investigadores, pode ter usado dinheiro de propina da empreiteira Engevix e da JBS para pagar obras em imóveis de parentes, como sua filha Maristela.
Além das denúncias, Temer tenta promover medidas populares em período pré-eleitoral. O incentivo vem depois de mais uma semana de completa paralisia na agenda econômica enviada ao Congresso. C0mo colher os frutos de uma recuperação fiscal está praticamente fora da mesa, a equipe do presidente estuda medidas que possam valer sem depender da base aliada, que está mais dissolvida a cada dia.
É um aumento bem-vindo para quem depende do Bolsa Família, mas está longe de melhorar a imagem em torno do presidente.