Exame Logo

Morte de Dom e Bruno: o que falta saber, e o que já se sabe sobre

Polícia Federal inicia a partir desta sexta-feira exame de DNA nos corpos encontrados no Amazonas

Dom Phillips: 3 suspeitos de assassinato já estão presos. (Agência O Globo/Reprodução)
AO

Agência O Globo

Publicado em 17 de junho de 2022 às 07h26.

Os "remanescentes humanos" achados pela equipe de buscas ao indigenista brasileiro Bruno Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips no Vale do Javari chegaram nesta quinta-feira, 16, a Brasília. Nesta sexta-feira, 17, os fragmentos começarão a ser examinados pelo Laboratório de Perícia Técnica da Polícia Federal, para que se confirme se são mesmo de Dom e Bruno, e detalhes de como eles foram mortos.

Conquiste um dos maiores salários no Brasil e alavanque sua carreira com um dos MBAs Executivos da EXAME Academy.

Veja também

Os dois foram assassinados no Vale do Javari, na Amazônia, após um "embate" no qual os suspeitos fizeram "disparo de arma de fogo", segundo Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado, pescador que confessou o crime em depoimento à Polícia Federal. O irmão de Amarildo, Oseney da Costa Oliveira, conhecido como Dos Santos, também está preso.

Os fragmentos de corpos foram achados a partir de indicações de Amarildo, que foi ao local com uma equipe da PF. No entanto, na quinta-feira, a PF não achou, em novas buscas, o barco em que viajavam Dom e Bruno. A embarcação teria sido afundada por Pelado, com a ajuda de sacos de terra.

A PF também informou que exames de sangue na lancha de Pelado descartaram que as amostram sejam de Dom. Em relação a Bruno, o exame foi inconclusivo. O primeiro exame do material orgânico recolhido em um rio na primeira semana de buscas também apontou que eles não continham DNA humano, mas o resultado pode ter sido pela degradação do material.

Pelado foi levado ao local das buscas na manhã desta quarta-feira e a PF fez uma reconstituição do crime. O suspeito indicou onde as vítimas foram mortas e onde estavam os corpos.

O que já se sabe sobre a dinâmica do crime:

Perseguição

Testemunhas relataram ter visto Pelado perseguindo a lancha usada por Pereira e Phillips. O suspeito alcançou as vítimas nas proximidades da comunidade São Rafael, situada nas margens do rio Itaquaí.

Durante a perseguição, em alta velocidade, Pelado estaria acompanhado de outras quatro pessoas, que ainda não foram identificadas pelos investigadores.

Uma testemunha considerada chave afirmou que viu Pelado carregar uma espingarda e fazer um cinto de munições e cartuchos pouco depois que o indigenista e o jornalista inglês deixaram a comunidade São Rafael com destino à Atalaia do Norte.

Embate e tiros

Em entrevista coletiva nesta quarta-feira, Fontes afirmou que houve um "embate" e que os suspeitos que fizeram "disparo de arma de fogo" contra Pereira e Phillips. O tiroteio aconteceu no leito do rio Itaquaí.

O delegado, no entanto, não confirmou que as mortes foram causadas por disparo de arma de fogo. De acordo com Fontes, somente a perícia vai determinar o que provocou as mortes.

LEIA TAMBÉM: OAB, ONU, Bolsonaro, Lula, Ciro: a repercussão da morte de Bruno e Dom

Barco afundado

Investigadores encontraram o barco usado por Phillips e Pereira nesta quarta-feira, mas não foi retirado por causa do horário, que ficou tarde. A embarcação foi afundada por Pelado e os demais suspeitos do crime.

O delegado Guilherme Torres, da PF, afirmou durante coletiva nesta quarta que a lancha foi naufragada propositalmente. Os suspeitos colocaram peso na embarcação para que ela ficasse submersa.

De acordo com Fontes, Pelado e os outros suspeitos primeiro tiraram o motor do barco e afundaram. Depois colocaram sacos de terra dentro da embarcação e fizeram com que ela afundasse.

Corpos enterrados

Torres explicou que os suspeitos seguiram pelo igapó após terem afundado a embarcação. Segundo o delegado, foi feita uma varredura até chegar ao local onde os corpos foram ocultados.

O ocultamento ocorreu no dia seguinte ao crime, segundo os investigadores. Os corpos foram encontrados em um local de "dificílimo acesso", situado a mais de 3 km da margem do rio.

"3,1 quilômetros mata adentro, um local de dificílimo acesso. Para você ingressar com embarcação ela deve ser muito pequena. Sem contato telefônico, um agente teve de deixar o local para me informar que foram encontrados remanescentes humanos", disse o delegado Eduardo Alexandre Fontes, superintendente regional da PF.

(Agência O Globo)

Acompanhe tudo sobre:AmazôniaCrime

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Brasil

Mais na Exame