Redação Exame
Publicado em 29 de dezembro de 2025 às 20h26.
Aos 70 anos, Bolsonaro foi submetido no hospital DF Star, na capital federal, a um bloqueio anestésico do nervo que controla o diafragma, no lado esquerdo, para tratar crises de soluço persistentes. O procedimento durou cerca de uma hora. No sábado, o ex-presidente já havia passado pelo mesmo tratamento no lado direito.
Segundo o cirurgião Claudio Birolini, “pelo menos 48 horas” serão necessárias para avaliar os resultados do bloqueio, e a previsão é que Bolsonaro permaneça internado até o dia 1º de janeiro, desde que não surjam “novos problemas”.O médico informou ainda que o ex-presidente deve realizar uma endoscopia entre terça e quarta-feira. Já o cardiologista Brasil Caiado afirmou que, no momento, Bolsonaro apresenta um “quadro estável”.
Bolsonaro está internado no DF Star desde 24 de dezembro, quando deixou pela primeira vez o local onde se encontra preso desde o fim de novembro para operar uma hérnia inguinal.
A cirurgia foi realizada na quinta-feira e, de acordo com seus médicos, transcorreu com sucesso, mas já havia a expectativa de um segundo procedimento, de menor complexidade, para tratar os soluços persistentes.
O ex-capitão do Exército lida há anos com as sequelas da facada no abdômen sofrida durante um ato de campanha em 2018, que posteriormente exigiu várias cirurgias de grande porte.
“Já são nove meses de luta e de angústia com soluços diários”, escreveu a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro nas redes sociais no sábado, ao comentar o quadro do marido.
O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou Bolsonaro a 27 anos de prisão por tramar um plano para se manter no poder após perder as eleições de 2022 para Luiz Inácio Lula da Silva. Desde o fim de novembro, ele cumpre pena em um quarto na Superintendência da Polícia Federal em Brasília.
Assim que receber alta hospitalar, o ex-presidente deverá retornar ao mesmo local de custódia, conforme a determinação em vigor.A defesa de Bolsonaro pediu ao STF que ele pudesse cumprir a sentença em prisão domiciliar, alegando o estado de saúde e o histórico de complicações médicas, mas o tribunal rejeitou o pedido.
*Com informações da AFP