MDB e PSDB: os novos alvos da Lava Jato e do STF?
ÀS SETE - A marcação do julgamento que pode aceitar denúncia contra o Aécio Neves para a próxima segunda-feira pode ser o primeiro sinal de preocupação
Da Redação
Publicado em 11 de abril de 2018 às 07h00.
Última atualização em 11 de abril de 2018 às 07h32.
Uma dúvida recorrente em Brasília era que significado teria a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva . Seria o ápice da Lava Jato e das investigações de corrupção, ou um feito importante num caminho mais longo, que naturalmente miraria outros partidos e outras figuras proeminentes? Uma série de eventos ocorridos nesta terça-feira levou uma nova onda de preocupação para além das odres petistas.
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A primeira turma do Supremo Tribunal Federal agendou para a próxima terça-feira o julgamento que pode aceitar denúncia contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG) no caso em que é acusado de corrupção passiva e obstrução de Justiça com base na delação do grupo J&F.
Aécio aparece em gravação pedindo 2 milhões de reais ao empresário Joesley Batista e chega a afirmar que poderia “matar” o intermediário. Ele é investigado em nove inquéritos no Supremo e, caso a corte aceite as denúncias, pode se tornar réu pela primeira vez na Lava-Jato.
Alguns parlamentares veem na decisão uma resposta do Supremo à pressão que sofre por ter negado os habeas corpus a Lula. “Não quero crer que o Judiciário vá adotar uma postura de ficar procurando compensação política julgando uma vez alguém de um grupo e depois alguém de outro”, disse o líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer (SC) ao jornal O Estado de S. Paulo.
Em outra frente, o Superior Tribunal de Justiça negou a suspensão da condenação de Eduardo Azeredo (PSDB), ex-governador de Minas Gerais, condenado a 20 anos de prisão por peculato e lavagem de dinheiro no caso do mensalão mineiro.
Em São Paulo, a força-tarefa da Operação Lava-Jato pediu nesta terça-feira ao vice-procurador da República que as investigações sobre supostas propinas a Geraldo Alckmin passem a ser tocadas em primeira instância. Alckmin deixou o cargo de governador na sexta-feira e, com isso, perdeu foro privilegiado.
Na semana passada a prisão de Paulo Preto, operador do partido, voltou a levantar preocupações de novas denúncias contra o grupo paulista do PSDB.
O MDB e o presidente Michel Temer também voltaram à ribalta. Em nova denúncia, apresentada ontem, o Ministério Público Federal acusa o advogado José Yunes e o coronel da reserva João Baptista de Lima Filho arrecadavam propina para o MDB, especialmente para Temer.
O inquérito inclui outros emedebistas próximos ao presidente, como Moreira Franco (empossado ontem no ministério de Minas e Energia) e Eliseu Padilha (ministro da Casa Civil). O Planalto voltou a negar as acusações. Temer já escapou de duas denúncias, mas pode ser alvo de uma terceira envolvendo, mais uma vez, suspeitas de corrupção no Porto de Santos.