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Mansur sugere deputados isentos para relatarem 2ª denúncia na CCJ

Caberá ao presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco, escolher um deputado do colegiado para proferir um parecer sobre a segunda denúncia da PGR contra Temer

Beto Mansur: "Vou sentir a temperatura dos deputados" (Facebook Beto Mansur/Divulgação)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de setembro de 2017 às 17h56.

Última atualização em 21 de setembro de 2017 às 17h58.

Brasília - O vice-líder do governo na Câmara, deputado Beto Mansur (PRB-SP), vai preparar uma lista de parlamentares "isentos" para oferecer como sugestão de relator para o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Rodrigo Pacheco (PMDB-MG).

Caberá ao peemedebista escolher um deputado do colegiado para proferir parecer sobre a segunda denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer .

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Mansur vai relacionar nomes dos deputados que não votaram na sessão que derrubou a primeira denúncia, seja de quem faltou na votação ou se absteve, tanto no plenário quanto na CCJ.

A maior dificuldade de Pacheco será escolher um deputado com perfil técnico-jurídico e que não tenha exposto publicamente sua opinião sobre o tema.

Embora o governo avalie que o clima da votação da segunda denúncia da PGR é mais favorável que na primeira, o vice-líder sustenta que é importante indicar um relator cujo posicionamento político sobre as investigações contra Temer ainda é desconhecido.

Mansur disse que passará os próximos dias monitorando os parlamentares. "Vou sentir a temperatura dos deputados. Às vezes tem alguém com febre que precisa ser medicado", comparou o deputado em tom de ironia.

Sem promover mudanças na CCJ, hoje os governistas dizem contar com 40 votos contra a denúncia dos 66 votos disponíveis.

Por isso, a pressão é menor sobre Pacheco, uma vez que, se o peemedebista escolher qualquer deputado favorável à denúncia, seu voto tende a ser derrubado com facilidade.

Os aliados também apostam que o presidente da CCJ não comprará nova "briga" com o Palácio do Planalto como aconteceu na primeira denúncia, quando Pacheco escolheu Sérgio Zveiter (ex-PMDB e hoje PODE-RJ) para relatar o processo.

Os governistas sustentam que a denúncia formulada pelo ex-procurador-geral Rodrigo Janot, na qual acusa o presidente da República de integrar organização criminosa e obstruir a Justiça, é mais fraca que a primeira denúncia por corrupção passiva.

Na ocasião da análise do primeiro pedido de abertura de investigação, parlamentares acreditavam que as imagens divulgadas do ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) circulando com mala de dinheiro tinham um impacto maior sobre o eleitorado.

Agora, o argumento que a base governista usará na defesa de Temer será de que a denúncia se refere a atos supostamente praticados anterior ao mandato de presidente da República, com conteúdo contestável e um contexto de delações sob suspeita.

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