São Paulo: há possibilidade de chuvas fracas e isoladas no leste do estado durante o dia (Ranimiro Lotufo Neto/Getty Images)
Repórter
Publicado em 11 de dezembro de 2025 às 06h37.
Última atualização em 11 de dezembro de 2025 às 10h46.
A Grande São Paulo amanheceu com mais de 1,5 milhão de casas sem energia nesta quinta-feira, 11, após a forte ventania que atingiu o estado na última quarta-feira. O número representa 17,74% de clientes da Enel São Paulo, concessionária responsável pelo abastecimento na região.
No auge da ocorrência, cerca de 2,2 milhões de imóveis ficaram sem luz. A Enel informou nesta manhã que 1.500 equipes de manutenção seguem nas ruas para reestabelecer a energia. Até o momento, ao menos 500 mil casas tiveram o fornecimento normalizado.
A capital paulista amanheceu na quarta-feira com fortes ventos e uma chuva moderada. Segundo o Inmet, ventos de até 98km/h atingiram o estado.
A condição foi causada como consequências da baixa pressão atmosférica que deu origem ao ciclone extratropical, fenômeno que atingiu principalmente as regiões sul e sudeste do Brasil. Segundo o CGE, o ciclone está se afastando para o mar nos próximos dias, o que pode causar ventos menos intensos, sol e elevação das temperaturas.
Marginal Pinheiros: ventos intensos derrubam viga metálica em São Paulo (Hugo Bittencourt/Arquivo Pessoal/Reprodução)
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) enviou, nesta quarta-feira, um ofício à distribuidora cobrando explicações sobre a queda de energia. A empresa tem prazo de cinco dias para responder.
No documento, a agência reguladora ressalta que a Defesa Civil de São Paulo havia alertado previamente sobre a formação de um “ciclone extratropical” em áreas da concessão da Enel.
A Aneel também relembra episódios semelhantes ocorridos em 2023 e 2024, quando 2,1 milhões e 2,4 milhões de unidades consumidoras, respectivamente, ficaram sem fornecimento de energia.
Em ofício assinado pelo diretor Luiz Fernando Mozna, a agência afirma que o impacto do evento atual é de “semelhante magnitude”, com mais de 2 milhões de unidades consumidoras interrompidas.
Diante disso, solicitou da distribuidora uma descrição detalhada do fenômeno climático, a explicação do plano de contingência adotado após o alerta da Defesa Civil, além das datas e horários em que a empresa tomou conhecimento do ciclone e acionou seus protocolos.
A Aneel também pediu provas de que a Enel dispõe de estrutura compatível com a dimensão e a complexidade de sua área de concessão, capaz de responder de forma “ágil e eficaz” a eventos climáticos extremos.
O contrato da Enel São Paulo termina em 2028, mas a empresa já solicitou a renovação antecipada da concessão.
No ofício desta quarta, o diretor da Aneel destacou que a recorrência de falhas pode levar à caducidade do contrato.
Segundo a agência, a “constante recorrência e a gravidade” dos problemas caracterizam descumprimento contratual e legal, podendo ensejar a recomendação de caducidade da concessão, conforme a Resolução Normativa nº 846/2019.
Além da atuação da Aneel, a Prefeitura de São Paulo também notificou, nesta quarta-feira, a agência reguladora e a Enel por meio da Procuradoria Geral do Município (PGM).
A administração municipal pede explicações sobre a grande quantidade de veículos da concessionária parados na garagem enquanto mais de 2 milhões de unidades consumidoras permaneciam sem luz.
A PGM concedeu prazo de até 48 horas para que a Enel esclareça os motivos que levaram parte da população da capital a enfrentar a interrupção do fornecimento de energia por tantas horas.
"A Enel Distribuição São Paulo informa que a área de concessão da companhia foi afetada por um um ciclone extratropical e um vendaval histórico, segundo o Inmet, que perdurou por cerca de 12 horas ontem, quarta-feira (10.12). As fortes rajadas de até 98km/h derrubaram árvores e lançaram galhos e outros objetos sobre a rede elétrica. Trechos inteiros da rede foram danificados, impactando o fornecimento de energia em diversos pontos. O Corpo de Bombeiros registrou ‘mais de 1.300 chamados relacionados à queda de árvores.
A distribuidora mobilizou antecipadamente um total de mais de 1.500 equipes ao longo do dia para atuar no restabelecimento dos cerca de 2 milhões de clientes que tiveram o fornecimento afetado. Desde ontem até as 5h de hoje, mais de 500 mil clientes afetados tiveram o fornecimento normalizado. No momento, há 1,5 milhão de clientes impactados.
A companhia também disponibilizou geradores para atender casos mais críticos. Em caso de falta de energia, a distribuidora orienta que os consumidores priorizem os canais digitais, que oferecem mais agilidade no atendimento:
- Site: http://www.enel.com.br
- Aplicativo Enel São Paulo (iOS e Android)
- WhatsApp (Elena): (21) 99601-9608
- Central de Atendimento: 0800 72 72 196"