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Lula se reúne com Xi Jinping para discutir acordos comerciais e Guerra da Ucrânia

Lula está na China para estreitar os laços econômicos com o principal parceiro comercial do Brasil e afirma que o país "está de volta" ao cenário internacional

Lula na China: a expectativa é de que 20 acordos bilaterais entre os países sejam assinados após o encontro entre Lula e Xi (Ricardo Stuckert/PR/Agência Brasil)

Publicado em 14 de abril de 2023 às 06h43.

Última atualização em 14 de abril de 2023 às 06h55.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reúne na manhã desta sexta-feira, 14, em Pequim com Xi Jinping para assinar acordos comercias com a China, um dia depois de criticar o dólar como moeda global e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Lula está na China para estreitar os laços econômicos com o principal parceiro comercial do Brasil e afirma que o país "está de volta" ao cenário internacional, com a intenção de assumir um papel de mediador no conflito na Ucrânia.

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De acordo com o Itamaraty, a expectativa é de que20 acordos bilaterais entre os países sejam assinados após o encontro entre Lula e Xi.

Durante a primeira etapa da viagem, em Xangai, Lula questionou o uso do dólar como moeda global, poucas semanas depois de seu governo estabelecer um acordo com Pequim para operações comerciais com concordar com o real e o yuan, sem a necessidade do câmbio na moeda americana

"Toda noite me pergunto por que todos os países estão obrigados a fazer o seu comércio lastreado no dólar? (...) Hoje um país precisa correr atrás de dólar para poder exportar quando poderia exportar na sua própria moeda", afirmou Lula na quinta-feira.

As declarações aconteceram durante a cerimônia de posse da ex-presidente Dilma Rousseff (2011-2016) no comando do banco BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

Durante o evento, Lula também reservou palavras duras par ao FMI, aludindo às acusações de que a instituição impõe cortes draconianos nos gastos públicos em países em dificuldades econômicas, como a Argentina, em troca de empréstimos.

"Não cabe a um banco ficar asfixiando as economias dos países como o FMI está fazendo agora na Argentina e como fizeram com o Brasil durante muito tempo e com todos os países do terceiro mundo", afirmou. "Nenhum governante pode trabalhar com una faca na garganta porque está devendo", reforçou.

Ucrânia na agenda

Desde seu retorno ao poder janeiro, após dois mandatos entre 2003 e 2010, Lula tem como objetivo recolocar o Brasil "na nova geopolítica mundial" e deixar para trás o isolamento de seu antecessor, Jair Bolsonaro.

Depois de viagens para Argentina e Estados Unidos, o petista visita a China com a intenção de consolidar a relação e atuar como ponto de ligação entre as diferentes regiões do mundo.

"A época em que o Brasil estava ausente nas grandes decisões mundiais já é coisa do passado. Estamos de volta no cenário internacional depois de uma ausência inexplicável", declarou em Xangai, cidade que deixou na quinta-feira à noite para viajar a Pequim.

Na capital, ele tem uma agenda repleta de compromissos, que começaram com um encontro com o presidente da Assembleia Popular Nacional da China, Zhao Leji.

"Queremos elevar o patamar da parceria estratégica entre nossos países, ampliar fluxos de comércio e, junto com a China, equilibrar a geopolítica mundial", tuitou a conta oficial de Lula ao lado de uma foto com Zhao.

Ele também se reunirá com o primeiro-ministro Li Qiang no Grande Palácio do Povo, antes de ser recebido pelo presidente Xi Jinping e participar em uma entrevista coletiva.

Além das questões sobre investimentos e comércio, um dos principais temas do encontro entre Lula e Xi deve ser a guerra na Ucrânia.

Nem a China nem o Brasil adotaram sanções contra a Rússia como fizeram os países ocidentais. As duas nações tentam estabelecer posições como mediadores para alcançar a paz.

Lula propõe formar um grupo de países para trabalhar em uma solução negociada para o conflito causado pela invasão russa.

Acordos comerciais entre Brasil e China

A passagem por Xangai também demonstrou a importância econômica da viagem de Lula, que estava prevista para o fim de março, mas foi adiada depois que o presidente de 77 anos foi diagnosticado com pneumonia.

Em sua quarta visita oficial à China, principal sócio comercial do Brasil, Lula é acompanhado por uma comitiva de quase 40 representantes políticos, incluindo nove ministros, governadores, deputados e senadores, além de empresários.

O volume de comércio entre as duas economias cresceu 21 vezes desde a primeira visita de Lula ao país em 2004. Em 2022, o gigante asiático importou do Brasil 89,7 bilhões de dólares (443 bilhões de reais), com destaque para soja e minerais.

Depois da cerimônia no banco dos BRICS, Lula visitou um centro de pesquisas de empresa de tecnologia Huawei e se reuniu com o presidente da montadora de carros elétricos BYD, que negocia a abertura de uma fábrica na Bahia.

Com AFP.

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