Brasil

Lula e Blinken concordaram com necessidade de criação de Estado Palestino, afirma Planalto

Visita do secretário de Estado norte-americano ocorre no âmbito da reunião de chanceleres do G20, no Rio de Janeiro

Presidente Lula e Secretário de Estado dos EUA Antony Blinken (Ricardo Stuckert/Divulgação)

Presidente Lula e Secretário de Estado dos EUA Antony Blinken (Ricardo Stuckert/Divulgação)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 21 de fevereiro de 2024 às 14h15.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, concordaram com a necessidade de criação de um Estado Palestino, na esteira da guerra no Oriente Médio travada em outubro de 2023. A concordância ocorreu durante reunião realizada nesta quarta-feira, 21, entre ambos no Palácio do Planalto.

De acordo com nota divulgada pelo governo federal, o encontro da manhã desta quarta-feira durou cerca de 1h50. Dentre os assuntos abordados, Blinken e Lula falaram sobre a geopolítica mundial.

"O secretário agradeceu a atuação do Brasil pelo diálogo entre Venezuela e a Guiana. O presidente Lula reafirmou seu desejo pela paz e fim dos conflitos na Ucrânia e na Faixa de Gaza. Ambos concordaram com a necessidade de criação de um Estado Palestino", diz a publicação.

A visita de Blinken ocorre no âmbito da reunião de chanceleres do G20, no Rio de Janeiro, mas coincide com a crise diplomática entre Brasil e Israel, que tem nos Estados Unidos um dos seus maiores aliados.

No domingo, 18, em coletiva de imprensa realizada na Etiópia, o chefe do Executivo brasileiro fez um paralelo entre a morte de palestinos com o extermínio de judeus feito pelo líder da Alemanha Nazista, Adolf Hitler. Durante o regime nazista, que ocorreu entre 1933 e 1945, 6 milhões de judeus foram mortos.

Lula reiterou, no encontro da manhã desta quarta, a necessidade de reforma dos organismos financeiros internacionais e o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), crítica que vem sendo recorrente em seus discursos.

Segundo o Palácio do Planalto, a visão do presidente brasileiro foi apoiada por Blinken. Além disso, o secretário também elogiou a escolha dos temas do Brasil para a cúpula do G-20 no Rio Janeiro: reforma da governança global, combate à fome e à miséria e transição energética.

Já na área econômica, o Palácio do Planalto divulgou que ambos discutiram sobre "parcerias trilaterais em agricultura, segurança alimentar e infraestrutura na África". Lula ressaltou a urgência em abordar o tema da dívida externa dos países africanos.

Fundo Amazônia

A nota afirma que Blinken informou que os Estados Unidos estudam a realização de um novo aporte para o Fundo Amazônia. Contudo, não foram divulgados detalhes sobre valores. Ainda foi tratada a cooperação dos dois países na área ambiental, transição energética, fóruns empresariais e de infraestrutura.

"O secretário congratulou o Brasil pela aprovação da reforma tributária, recuperação de políticas sociais e de responsabilidade fiscal. Lembrou que os EUA são o principal investidor no Brasil e estão abertos a aprofundar os vínculos econômicos e comerciais entre os dois países", diz a nota.

No encontro, Lula também registrou apreço pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, "por sua postura em defesa da democracia e pelas medidas que tem adotado em prol dos trabalhadores dos EUA".

A reunião foi acompanhada pelo assessor especial, embaixador Celso Amorim, e pela embaixadora norte-americana no Brasil, Elizabeth Bagley.

Acompanhe tudo sobre:Luiz Inácio Lula da SilvaEstados Unidos (EUA)G20

Mais de Brasil

“Estado tem o sentimento de uma dor que se prolonga”, diz governador do RS após queda de avião

Gramado suspende desfile de "Natal Luz" após acidente aéreo

Lula se solidariza com familiares de vítimas de acidente aéreo em Gramado

Quem foi Luiz Galeazzi, empresário morto em queda de avião em Gramado