Brasil

Lula afirma que o Brasil vai participar da Opep+

Presidente argumentou que a participação brasileira no grupo é importante para convencer países produtores de petróleo a reduzirem a exploração de combustíveis fósseis

Lula: "muita gente ficou assustada com a ideia de que o Brasil ia participar da Opep. O Brasil não vai participar da Opep, vai participar da Opep+" (Leandro Fonseca/Exame)

Lula: "muita gente ficou assustada com a ideia de que o Brasil ia participar da Opep. O Brasil não vai participar da Opep, vai participar da Opep+" (Leandro Fonseca/Exame)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 2 de dezembro de 2023 às 09h32.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste sábado, 2, que o Brasil vai participar do grupo Opep+, mas não vai "apitar nada" nas decisões do bloco formulado pela Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep). Ele argumentou que a participação brasileira no grupo é importante para convencer países produtores de petróleo a reduzirem a exploração de combustíveis fósseis.

Lula participou de um encontro com a sociedade civil durante a Cúpula do Clima da ONU, COP-28, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Durante a reunião, representantes de organizações não governamentais defenderam postura enfática contra os combustíveis fósseis e cobraram a demarcação de terras indígenas conforme prometido pelo governo.

"

Muita gente ficou assustada com a ideia de que o Brasil ia participar da Opep. O Brasil não vai participar da Opep, vai participar da Opep+", disse o presidente, comparando com sua participação no G7, que reúne as sete democracias mais poderosas do mundo:

"Eu vou lá, escuto, só falo depois que eles tomarem a decisão e venho embora. Não apito nada. A Opep+ eu acho importante a gente participar, porque a gente precisa convencer os países que produzem petróleo que eles precisam se preparar para reduzirem os combustíveis fósseis

", disse.

Lula afirmou que é preciso utilizar o dinheiro gerado pelo lucro do petróleo para desenvolver tecnologias de produção de energias renováveis. Lula argumentou que para obter o objetivo de reduzir os usos de combustíveis fósseis é preciso passar por interesses de vários países e desenvolver alternativas. "Porque se a gente não criar alternativa, a gente não vai poder dizer que vai acabar com os combustíveis fósseis."

"Acabar com os combustíveis fósseis é um desejo. Chegar lá é uma guerra, uma luta", afirmou o presidente.

Segundo Lula, o Brasil será o "carro-chefe" da transição energética. Ele afirmou que o Brasil tem feito sua parte e por isso poderá cobrar outros países.

A expectativa é de que Lula tenha pelo menos quatro reuniões bilaterais ao longo do dia, uma delas com o presidente da França Emmanuel Macron. Além das bilaterais, Lula participa de uma reunião do G-77+China, que reúne os países em desenvolvimento, sobre mudança do clima. O presidente também estará em um evento sobre florestas, que tem sido a grande pauta do Brasil nesta COP.

Na última sexta-feira, em discurso na sessão de abertura da COP-28, Lula defendeu que os países reduzam sua dependência dos combustíveis fósseis e cobrou países ricos para que financiem medidas de adaptação à mudança do clima nos países em desenvolvimento. O presidente tem cumprido uma intensa agenda na cúpula, com encontros bilaterais e participação em plenárias.

"O balanço geral (do Acordo de Paris) está dizendo que o que foi feito até agora é insuficiente, mas é insuficiente da parte de quem? Precisamos acelerar a parte de quem ainda nao está fazendo", disse a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva.

Veja as últimas notícias da COP28

Acompanhe tudo sobre:Governo LulaLuiz Inácio Lula da SilvaCOP28

Mais de Brasil

Cidade do Maranhão decreta calamidade pública por conta de voçorocas

Criminosos de fuzis atacam delegacia em Duque de Caxias após prisão de chefe do tráfico

No Planalto, clima é de desânimo após resultado do Datafolha; 8 pontos explicam reprovação recorde

Avião de pequeno porte cai e mata duas pessoas no interior de São Paulo