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Líder do governo anuncia adiamento da votação da MP 665

Segundo José Guimarães, proposta da MP 665 não será votada na noite de hoje, após discussão sobre medida ser interrompida devido a decisão de Eduardo Cunha

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 5 de maio de 2015 às 22h05.

Brasília - Sem ter a segurança de uma vitória na votação da MP 665, que modifica direitos trabalhistas, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), anunciou na noite desta terça-feira, 5, que a proposta não será votada na noite de hoje. Novas rodadas de negociações devem ocorrer nesta quarta-feira, 6.

A discussão da MP chegou a ser iniciada no plenário da Câmara, mas foi interrompida após decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

"A oposição montou um kit obstrução que iria noite a dentro e iria gerar um desgaste total dando no final em zero a zero. Foi melhor adiar num dia em que teve muito acirramento dentro da base aliada entorno do tema a começar pela minha bancada do PT", afirmou Guimarães ao Estado.

Na sequência, o líder do governo recebeu telefonemas de vários integrantes do governo e cúpula do PT. O primeiro a ligar foi o vice-presidente da República, Michel Temer, responsável pela articulação do Palácio do Planalto junto ao Congresso. "Ele disse que apoiava a decisão", afirmou Guimarães ao desligar o telefone.

Em seguida o ex-presidente Lula também telefonou para ter informações sobre a decisão de adiar a votação da MP. "Ele perguntou como ficou a posição dos partidos. Disse que estava acompanhando e que a proposta era fundamental para o governo. Pediu ainda para seguir firme", afirmou Guimarães após falar com o ex-presidente.

Também ligou na sequência, o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, que na ocasião estaria ao lado da presidente Dilma. O ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini também entrou em contado com o líder. A decisão de adiar a votação ocorre após a bancada do PT não "fechar questão" entorno da proposta.

Ao tomar essa decisão e apenas sinalizar apoio à proposta, os deputados ficaram livres para votarem como quisessem no plenário sem correrem o risco de haver punição por parte da cúpula da legenda. Ao não fechar questão, o PT também sinalizou para os líderes da base aliada que não estavam coeso entorno da proposta, que atinge categorias que são base eleitoral da maioria dos partidos.

"O PT não fechou questão? Não foi conseguir segurar a bancada", disparou o líder Celso Russomanno (PRB-SP) ao presenciar os relatos de um petista à reportagem.

Russomanno lidera bancada com 38 deputados divididos entre os partidos PTN, PMN, PRP, PSDC, PRTB, PTC, PSL, PtdoB. O PDT, com 20, também sinalizou contra a votação. "Numa votação com previsão de ser apertada, precisamos de todos os votos", ressaltou Guimarães.

Segundo alguns integrantes da bancada do PT, a grande resistência dos deputados do partido está não apenas no fato de a MP reduzir benefícios dos trabalhadores, mas também na forma como foi conduzida a elaboração da proposta.

Alguns petistas defendem que o governo inicialmente deveria ter discutido com os setores atingidos pelas mudanças para depois encaminhar um projeto com reajuste fiscal para o Congresso. "Hoje a maioria da bancada é contra a proposta", afirmou um integrante da bancada que faz parte do grupo contra a votação da MP.

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