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Janja convida senadoras e deputadas para jantar no Alvorada após cobrança

O encontro ocorre após a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) alertar Lula sobre a falta de mulheres no happy hour promovido por ele no Alvorada no início do mês passado

Mulheres no Governo Lula: O documento, enviado pela assessoria de Janja a parlamentares, diz que o jantar será um "encontro de mulheres atuantes na política nacional" (Claudio Kbene/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 25 de março de 2024 às 11h58.

A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja , convidou deputadas e senadoras da base de apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para um jantar no Palácio da Alvorada nesta segunda-feira, 25. O encontro está na agenda oficial do presidente, divulgada pelo Palácio do Planalto.

O "happy hour" será para discutir o fortalecimento da participação feminina nos espaços de poder. O PT planeja tornar Janja um cabo eleitoral feminino nas eleições municipais deste ano.

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Como será o encontro?

O encontro, marcado para as 18 horas, ocorre após a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) alertar Lula sobre a falta de mulheres no happy hour promovido por ele no Alvorada no início do mês passado. No evento, o petista esteve com 18 senadores e cinco ministros. Eliziane era a única mulher presente.

O documento, enviado pela assessoria de Janja a parlamentares, diz que o jantar será um "encontro de mulheres atuantes na política nacional" realizado para "encerrar o Mês das Mulheres". Além das congressistas, ministras do governo Lula também foram convocadas para participar do jantar.

"Como defensora do empoderamento feminino nos espaços de decisão e poder, a senhora Janja gostaria de contar com a sua participação neste encontro, cujo objetivo é a troca de experiências, conexões e fortalecimento mútuo", diz o convite.

Presidência do Senado

Segundo interlocutores da primeira-dama, a reunião também pode trazer discussões sobre as eleições para a presidência do Senado que acontecerá no ano que vem. Eliziane é uma das cotadas a se candidatar para o posto que será deixado por Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e tenta convencer Janja e Lula de que é preciso eleger, pela primeira vez, uma mulher para o comando da Casa.

O convite da primeira-dama se restringiu a parlamentares aliadas ao governo Lula. As senadoras e ex-ministras do governo de Jair Bolsonaro (PL), Damares Alves (Republicanos-DF) e Tereza Cristina (PP-MS) e a deputada Caroline de Toni (PL-SC), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, informaram que não foram convidadas para o encontro.

O governo teme que o encontro no Alvorada "flope" - termo usado na internet como sinônimo de "fracasso". Esta semana será mais curta por causa da Sexta-Feira Santa e da Páscoa. Além disso, não há sessão no Congresso às segundas-feiras, o que deixa Brasília esvaziada.

Uma baixa já está confirmada. A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), uma das parlamentares "independentes" convidadas por Janja, não poderá ir ao Alvorada devido a uma missão oficial no Japão.

PT quer Janja como cabo eleitoral nas eleições deste ano

O PT pretender que Janja seja cabo eleitoral nas eleições de outubro. A expectativa é que a primeira-dama grave vídeos para candidatas e reforce palanques do partido.

No dia 19, durante a Plenária Nacional das Mulheres do PT, a primeira-dama disse que vai começar a viajar em breve pelo País. "Podem contar comigo na campanha deste ano. Vamos fortalecer a candidatura das mulheres por uma sociedade mais justa e igualitária. Precisamos fomentar candidaturas femininas para que elas não desistam da política", afirmou Janja.

A primeira-dama vai participar do lançamento das candidaturas das deputadas petistas Maria do Rosário e Camila Jara às prefeituras de Porto Alegre (RS) e de Campo Grande (MS), respectivamente. Janja também fará roteiros com a ex-prefeita Marta Suplicy (PT), que retornou recentemente para a sigla para ser vice na chapa do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) que é pré-candidato para a Prefeitura de São Paulo.

Durante a plenária do PT, Janja disse para as pré-candidatas petistas que sentiu vergonha em falar sobre a participação das mulheres nos Parlamentos brasileiros. Há duas semanas, ela acompanhou a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, em evento da ONU que tratou sobre o empoderamento feminino em Nova York.

"Às vezes é até vergonhoso a gente falar da participação das mulheres nos Parlamentos brasileiros. É muito pouco. A gente ainda tem muito a caminhar", disse a primeira-dama, ao observar que a representação feminina nas Câmaras municipais brasileiras não passa de 16%.

A entrada de Janja na estratégia do PT ocorre no mesmo momento em que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, presidente do PL Mulher, também viaja pelo País em eventos do braço feminino da legenda. Michelle é cotada para disputar o Senado em 2026.

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