Enchente
Colaboradora
Publicado em 8 de dezembro de 2025 às 11h32.
Com a chegada do verão, começa a temporada de chuvas intensas no Brasil. Para os motoristas — principalmente os que moram em grandes centros urbanos — o período exige atenção redobrada: os temporais não só ameaçam a segurança física, como também podem causar alagamentos e danificar os veículos.
Nessas situações, entender o que nunca fazer se o motor morrer em uma enchente é fundamental para evitar mais riscos e danos.
Veja, a seguir, o que fazer e o que não fazer quando o veículo fica preso e o motor morre em uma enchente, além de informações sobre direitos do motorista e cobertura do seguro.
Segundo informações da Defesa Civil do Estado de São Paulo, a principal orientação é nunca tentar dar partida no motor, já que a água pode subir rapidamente e comprometer o funcionamento do veículo.
Ao girar a chave, mesmo sem pisar na embreagem, toda a parte elétrica do carro é energizada. Se algum desses equipamentos estiver em contato com a água, a carga pode gerar um curto-circuito e queimar esses componentes.
Além disso, se a água tiver alcançado o motor, ela pode provocar o calço hidráulico — um dos danos mais graves em inundações.
Se o motor morrer durante um alagamento, a orientação segue a mesma: não tentar intervir enquanto o carro não for retirado do local. A recomendação é sair em segurança do veículo e acionar imediatamente o resgate e o seguro.
Passadas essas etapas, é preciso esperar que a água seque totalmente para então avaliar os danos, por meio de um check-up em uma oficina de confiança. Na maior parte dos casos, é possível recuperar o carro quando o dano não atinge nenhuma parte estrutural ou quando a água não entrou no motor, no câmbio e no radiador.
Ainda segundo a Defesa Civil de São Paulo, a segurança do motorista e dos passageiros é a prioridade.
A ação recomendada é manter a calma e observar o nível da água: se ultrapassar a metade das rodas, é hora de sair imediatamente. Como a pressão da água pode dificultar a abertura das portas, a orientação é tentar sair pelas janelas do carro e subir para o teto do automóvel.
Se as janelas elétricas não funcionarem, a Defesa Civil orienta retirar o encosto de cabeça dos bancos e usar as hastes para quebrar o vidro, encaixando-as na fresta com a porta. O fecho do cinto de segurança também pode ser usado para golpear os cantos da janela, onde o material é mais frágil.
Uma vez no teto do automóvel, o órgão recomenda esperar pelos socorristas e sinalizar pedindo ajuda, sem pular na água.
"Em emergências, é fundamental acionar prontamente a Defesa Civil, pelo telefone 199, ou o Corpo de Bombeiros, pelo 193", diz o órgão.
A principal recomendação é esperar o guincho ou a equipe do seguro para retirar o veículo do local de inundação.
Descer do teto do automóvel e empurrá-lo — sem dar partida —pode ser uma alternativa em alagamentos menores em trechos menos movimentados, que não representem riscos à integridade das pessoas envolvidas.
A cobertura do seguro vai depender das condições definidas na apólice. Geralmente, os danos provocados por enchentes, quedas de árvores, granizos e outros eventos naturais só são indenizados quando o motorista contratou um seguro mais amplo e, logo, mais caro, já que os pacotes mais básicos não incluem esses riscos.
Esse tipo de proteção pode contemplar desde danos nas partes elétricas até a perda total, quando o valor do reparo compromete um percentual relevante do valor do veículo.
Os pacotes mais básicos e populares normalmente cobrem apenas colisão, roubo e furto, deixando de fora os desastres naturais.
Existem casos em que até os pacotes que cobrem causas relacionadas a eventos climáticos podem negar a indenização: quando as seguradoras identificam agravamento de risco — quando o segurado aumenta, de forma evitável, a probabilidade ou o tamanho do dano. Por exemplo, quando o motorista entra ou atravessa uma via claramente alagada.
Outros casos incluem a falta de manutenção, infiltrações decorrentes de vedação comprometida ou uso do veículo para fins não declarados na apólice. Danos preexistentes que o proprietário tente atribuir ao alagamento também podem excluir a possibilidade de indenização.
A recomendação é comunicar o sinistro quanto antes pelos canais da seguradora e aguardar o guincho autorizado.
É importante ter registros com fotos, vídeos e a localização exata para a análise do caso, além dos documentos do motorista, do carro e a apólice já separados.
Feita a vistoria, a seguradora avalia se houve perda parcial ou total e se haverá a indenização. Em caso de discordância, o segurado pode solicitar reavaliação, se orientar pelos órgãos de defesa do consumidor e, se necessário, recorrer à Justiça.