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Governo quer ligar residência a emprego de médico no SUS

A ideia é transformar a residência obrigatória em pré-requisito para a contratação de médicos pelo SUS e até mesmo por universidades públicas

Após desistir de aumentar de seis para oito anos o período de graduação em Medicina, para aplacar a revolta da categoria, o governo adotou uma fórmula para compensar a mudança (Michele Tantussi/Bloomberg)
DR

Da Redação

Publicado em 2 de agosto de 2013 às 09h54.

Brasília - Em nova tentativa de contornar os problemas já previstos na votação do programa Mais Médicos pelo Congresso, o governo quer agora "amarrar" a obrigatoriedade da residência médica de dois anos no Sistema Único de Saúde ( SUS ) ao futuro emprego dos profissionais.

A ideia é transformar a residência obrigatória em pré-requisito para a contratação de médicos pelo SUS e até mesmo por universidades públicas.

O modelo já é aplicado na Espanha. Apesar das mudanças anunciadas no programa na quarta-feira, 31 de julho, a presidente Dilma Rousseff sabe que o Congresso enfrentará forte lobby de corporações médicas para barrar a obrigatoriedade da residência. A medida é definida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) como "trabalho forçado" para obtenção de mão de obra barata.

"É mais uma forma de criar um serviço civil obrigatório, uma ‘pseudoresidência’", criticou o presidente do CFM, Roberto d’Ávila. "Não há como duplicar com qualidade as vagas em apenas quatro anos, quando o País levou 50 para alcançar o número de 12 mil residentes."

O ajuste no texto da Medida Provisória que instituiu o programa Mais Médicos será feito agora no Congresso por um líder governista e, se aprovado, ainda precisará ser regulamentado pelo Conselho Nacional de Educação.

Após desistir de aumentar de seis para oito anos o período de graduação em Medicina, para aplacar a revolta da categoria, o governo adotou uma fórmula para compensar a mudança.


Pela proposta anunciada pelos ministros Aloizio Mercadante (Educação) e Alexandre Padilha (Saúde), a residência médica de dois anos - hoje opcional - passará a ser obrigatória em serviços de atenção básica, urgência e emergência do SUS, a partir de 2018.

Somente depois do primeiro ano é que o médico, ainda no SUS, escolherá a área de especialização.

Rota de fuga

O desafio do governo, agora, é tornar esse modelo realidade, diante de tantas resistências. É por esse motivo que foi planejada uma rota de fuga, vinculando a obrigatoriedade da residência médica ao emprego no serviço público, até mesmo em universidades.

Para ser professor de uma universidade pública, por exemplo, o médico terá de cumprir o período de especialização no SUS, caso o projeto idealizado pelo governo receba sinal verde do Congresso.

No Palácio do Planalto, a avaliação é de que o programa Mais Médicos acabará sendo um sucesso quando os novos profissionais começarem a atender no SUS. Dilma também vê um ingrediente político nos protestos, uma vez que Padilha é pré-candidato do PT ao governo paulista. Colaborou Lisandra Paraguassu.

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Brasília - Em nova tentativa de contornar os problemas já previstos na votação do programa Mais Médicos pelo Congresso, o governo quer agora "amarrar" a obrigatoriedade da residência médica de dois anos no Sistema Único de Saúde ( SUS ) ao futuro emprego dos profissionais.

A ideia é transformar a residência obrigatória em pré-requisito para a contratação de médicos pelo SUS e até mesmo por universidades públicas.

O modelo já é aplicado na Espanha. Apesar das mudanças anunciadas no programa na quarta-feira, 31 de julho, a presidente Dilma Rousseff sabe que o Congresso enfrentará forte lobby de corporações médicas para barrar a obrigatoriedade da residência. A medida é definida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) como "trabalho forçado" para obtenção de mão de obra barata.

"É mais uma forma de criar um serviço civil obrigatório, uma ‘pseudoresidência’", criticou o presidente do CFM, Roberto d’Ávila. "Não há como duplicar com qualidade as vagas em apenas quatro anos, quando o País levou 50 para alcançar o número de 12 mil residentes."

O ajuste no texto da Medida Provisória que instituiu o programa Mais Médicos será feito agora no Congresso por um líder governista e, se aprovado, ainda precisará ser regulamentado pelo Conselho Nacional de Educação.

Após desistir de aumentar de seis para oito anos o período de graduação em Medicina, para aplacar a revolta da categoria, o governo adotou uma fórmula para compensar a mudança.


Pela proposta anunciada pelos ministros Aloizio Mercadante (Educação) e Alexandre Padilha (Saúde), a residência médica de dois anos - hoje opcional - passará a ser obrigatória em serviços de atenção básica, urgência e emergência do SUS, a partir de 2018.

Somente depois do primeiro ano é que o médico, ainda no SUS, escolherá a área de especialização.

Rota de fuga

O desafio do governo, agora, é tornar esse modelo realidade, diante de tantas resistências. É por esse motivo que foi planejada uma rota de fuga, vinculando a obrigatoriedade da residência médica ao emprego no serviço público, até mesmo em universidades.

Para ser professor de uma universidade pública, por exemplo, o médico terá de cumprir o período de especialização no SUS, caso o projeto idealizado pelo governo receba sinal verde do Congresso.

No Palácio do Planalto, a avaliação é de que o programa Mais Médicos acabará sendo um sucesso quando os novos profissionais começarem a atender no SUS. Dilma também vê um ingrediente político nos protestos, uma vez que Padilha é pré-candidato do PT ao governo paulista. Colaborou Lisandra Paraguassu.

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