O senador Flávio Bolsonaro será candidato à presidência em 2026 (Carlos Moura/Agência Senado/Divulgação)
Reporter
Publicado em 30 de dezembro de 2025 às 12h51.
O senador Flávio Bolsonaro (PL) traçou duas prioridades para 2026: reduzir as resistências do mercado financeiro e de partidos de centro. O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi escolhido pelo pai para disputar o Palácio do Planalto no próximo ano e tenta viabilizar a candidatura para enfrentar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O objetivo do parlamentar é obter o apoio de siglas de centro, como PP, União Brasil, PSD e Republicanos. O senador tem tentado convencer aliados sob o argumento de que um posicionamento claro dessas legendas à direita pode render a eleição de uma bancada maior no Congresso.
Os partidos, porém, preferiam o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), por entenderem que ele teria uma capacidade maior de ampliar o eleitorado para enfrentar Lula.
Sem o apoio de Bolsonaro, no entanto, Tarcísio deve priorizar uma candidatura à reeleição em São Paulo. Diante desse cenário, há entusiastas nas siglas de centro para que o governador Ratinho Jr (PSD) se lance à Presidência da República, mas o chefe do Executivo paranaense ainda não definiu se entra na disputa ou se vai a senador.
Flávio, por sua vez, aposta na polarização e acredita que, apesar da resistência, conseguirá angariar o apoio, ao menos em parte, do centro. Para isso, aliados do senador entendem que é necessário que ele seja bem visto pelo mercado financeiro.
A bolsa de valores despencou após Bolsonaro anunciar o apoio a Flávio em vez de Tarcísio, mas o senador acredita que conseguirá se aproximar do mercado após apresentar um plano de governo com viés liberal.
O parlamentar já fez uma rodada de conversas com empresários em São Paulo e pretende manter encontros similares de maneira periódica em 2026.
O desafio, segundo dois aliados de Flávio ouvidos pela EXAME sob reserva, é fazer essas agendas enquanto roda o país em atos políticos para se tornar mais conhecido. O senador deverá intensificar no próximo ano as agendas no Nordeste, região em que Lula costuma ter votações expressivas.
Além disso, Flávio terá que negociar quem será o vice na chapa. Ele já afirmou em entrevista que tem preferência por uma mulher, mas que não descarta qualquer hipótese.