Presidente Jair Bolsonaro: em viagem ao Nordeste em agosto, o presidente tenta ganhar mais popularidade em tradicional reduto petista. (Alan Santos /PR/Flickr)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 10 de outubro de 2020 às 08h15.
Última atualização em 8 de dezembro de 2020 às 10h59.
O presidente Jair Bolsonaro é o preferido dos eleitores mais pobres, caso as eleições presidenciais fossem hoje. Com 24% das intenções de voto na classe D/E, no primeiro turno, o presidente tem uma vantagem de 8 pontos nesta faixa de renda ante o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Os dados fazem parte da mais recente pesquisa exclusiva EXAME/IDEIA, projeto que une Exame Research, braço de análise de investimentos da EXAME, e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. A cada quinze dias, EXAME/IDEIA traz pesquisas de opinião exclusivas com foco no cenário político.
O levantamento foi realizado com 1.200 pessoas, por telefone, em todas as regiões do país, entre os dias de 5 e 8 outubro. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.
Já num segundo turno entre Bolsonaro e Lula a situação muda, o petista receberia 35% dos votos da classes D/E, ante 33% do atual presidente. Tecnicamente, os adversários estão empatados na variação da margem de erro. Na classe C, a situação é favorável a Bolsonaro (42% a 32%) e nas classes A e B é onde o atual presidente tem a maior vantagem, com 45% a 34%.
Na amostragem geral da pesquisa, Bolsonaro ganha de Lula no segundo turno, com 43% das intenções de voto, contra 33% do petista.
Por região, Bolsonaro só perde em uma, o Nordeste. Lula tem 45% das intenções de voto contra 39% do presidente. Em todas as outras regiões Bolsonaro tem ampla vantagem: Sul (50% a 31%), Sudeste (39% a 29%), Centro-Oeste (52% a 22%) e Norte (57% a 26%).
Estes números reforçam a justificativa de Bolsonaro de ir ao Nordeste de forma mais incisiva nos últimos meses. Mesmo que oficialmente ele foi para inaugurações de grandes projetos do governo federal, nos bastidores há uma intenção de se firmar no reduto petista.
No primeiro turno, Bolsonaro receberia 30% das intenções de voto, contra 18% de Luiz Inácio Lula da Silva e 10% do ex-ministro Sergio Moro. Na sondagem ainda aparecem Ciro Gomes, com 9%, Luciano Huck, com 5%, e João Doria, com 4%.
Analisando por renda, nesta etapa da eleição, o presidente aparece em primeiro lugar em todas as classes: A/B (27%), C (31%) e D/E (24%). O que indica que os votos das classes mais pobres migram de outros candidatos para Lula em um segundo turno.
A pesquisa Exame/IDEIA mediu ainda como está a avaliação do governo do presidente Bolsonaro. Após uma leve queda registrada há duas semanas, a aprovação voltou a subir e chegou a 39%. A desaprovação se manteve estável desde a última pesquisa, em 42%.
A percepção positiva é a mais alta desde o começo de setembro, quando estava em 40%. Antes disso, esse patamar foi atingido somente em fevereiro de 2019, período muito anterior a pandemia de covid-19.