Alunos invadem reunião sobre cotas na USP e enfrentam a PM
Estudantes invadiram uma reunião que iria referendar a adoção do sistema na USP e tiveram que enfrentar a polícia militar comunitária
Da Redação
Publicado em 17 de junho de 2016 às 11h19.
São Paulo - Contra a adoção de cotas raciais e sociais pelo Sistema de Seleção Unificada ( Sisu ), alunos da Universidade de São Paulo ( USP ) invadiram, na tarde desta quinta-feira, 16, uma reunião do Conselho de Graduação que iria analisar e referendar o uso do sistema, que utiliza a nota do Enem e reserva uma parte das vagas para candidatos de escola pública e autodeclarados pretos, pardos e indígenas (PPI). Mais à noite houve confronto com a Polícia Militar .
De acordo com a Reitoria, os alunos entraram no prédio e interromperam a reunião, que foi finalizada sem deliberação. Segundo os estudantes, a Polícia Militar comunitária usou spray de pimenta para retirá-los.
Marina Nunes Dias, de 20 anos, estudante de Filosofia e integrante do movimento Quilombo Raça e Classe, disse que os alunos interromperam a reunião para demonstrar insatisfação com a decisão da USP de apenas adotar cotas via Sisu.
"A gente reivindica que as cotas raciais sejam proporcionais à população negra e indígena do Estado, que é de 30%. Se só colocam cotas via Sisu, a USP aumenta ainda mais a elitização."
Em assembleia posterior, com a presença de policiais militares, que fizeram um cerco à Reitoria, os alunos votaram por desocupar o estacionamento e optaram por não invadir outros prédios.
Mesmo assim, um grupo se deslocou até a antiga reitoria e tentou entrar no prédio. A PM interveio, com bombas de gás lacrimogêneo. Houve correria e a confusão se estendeu até os vizinhos prédios de residência universitária do Crusp.
A polícia seguiu os manifestantes até o residencial. Das janelas, moradores jogaram objetos contra os PMs, que responderam com bombas de gás. Residentes gritavam que havia mulheres e crianças e pediam o fim da ação policial. A confusão persistia à meia-noite.
Outros cursos
Nesta quinta-feira, 16, a reportagem mostrou que a Escola de Comunicação e Artes (ECA) vai adotar o Sisu. Para o próximo vestibular, todos os cursos de Comunicação - Educomunicação, Biblioteconomia, Jornalismo, Editoração, Publicidade e Propaganda, Relações Públicas e Turismo - vão separar 81 vagas pelo sistema. Dessas, 34 serão reservadas para PPI.
A adoção do Enem como forma de seleção, em conjunto com o vestibular da Fuvest, começou na USP no ano passado, como aposta para aumentar a inclusão de alunos de escola pública - a meta é de 50% até 2018.
No entanto, a medida afastou ainda mais a USP de alcançar sua meta, já que o índice de inclusão caiu de 35,1%, em 2014, para 34,6% no ano passado.
A adoção de cotas sociais e raciais na instituição é pauta antiga do movimento estudantil e já ocorre nas universidades federais desde 2012.
No mês passado, alunos ocuparam diversas unidades, incluindo a ECA, reivindicando a adoção da medida e mais políticas de permanência estudantil.
A adoção de cotas pelo Sisu também está sendo discutida no Departamento de Matemática, do Instituto de Matemática e Estatística (IME), e na Esalq de Piracicaba. A intenção é reservar um porcentual de vagas para alunos de escolas públicas e para pretos, pardos e negros.
Já na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), o Sisu já havia sido adotado no ano passado. Para este ano, a Congregação defende aumentar a reserva das vagas.
São Paulo - Contra a adoção de cotas raciais e sociais pelo Sistema de Seleção Unificada ( Sisu ), alunos da Universidade de São Paulo ( USP ) invadiram, na tarde desta quinta-feira, 16, uma reunião do Conselho de Graduação que iria analisar e referendar o uso do sistema, que utiliza a nota do Enem e reserva uma parte das vagas para candidatos de escola pública e autodeclarados pretos, pardos e indígenas (PPI). Mais à noite houve confronto com a Polícia Militar .
De acordo com a Reitoria, os alunos entraram no prédio e interromperam a reunião, que foi finalizada sem deliberação. Segundo os estudantes, a Polícia Militar comunitária usou spray de pimenta para retirá-los.
Marina Nunes Dias, de 20 anos, estudante de Filosofia e integrante do movimento Quilombo Raça e Classe, disse que os alunos interromperam a reunião para demonstrar insatisfação com a decisão da USP de apenas adotar cotas via Sisu.
"A gente reivindica que as cotas raciais sejam proporcionais à população negra e indígena do Estado, que é de 30%. Se só colocam cotas via Sisu, a USP aumenta ainda mais a elitização."
Em assembleia posterior, com a presença de policiais militares, que fizeram um cerco à Reitoria, os alunos votaram por desocupar o estacionamento e optaram por não invadir outros prédios.
Mesmo assim, um grupo se deslocou até a antiga reitoria e tentou entrar no prédio. A PM interveio, com bombas de gás lacrimogêneo. Houve correria e a confusão se estendeu até os vizinhos prédios de residência universitária do Crusp.
A polícia seguiu os manifestantes até o residencial. Das janelas, moradores jogaram objetos contra os PMs, que responderam com bombas de gás. Residentes gritavam que havia mulheres e crianças e pediam o fim da ação policial. A confusão persistia à meia-noite.
Outros cursos
Nesta quinta-feira, 16, a reportagem mostrou que a Escola de Comunicação e Artes (ECA) vai adotar o Sisu. Para o próximo vestibular, todos os cursos de Comunicação - Educomunicação, Biblioteconomia, Jornalismo, Editoração, Publicidade e Propaganda, Relações Públicas e Turismo - vão separar 81 vagas pelo sistema. Dessas, 34 serão reservadas para PPI.
A adoção do Enem como forma de seleção, em conjunto com o vestibular da Fuvest, começou na USP no ano passado, como aposta para aumentar a inclusão de alunos de escola pública - a meta é de 50% até 2018.
No entanto, a medida afastou ainda mais a USP de alcançar sua meta, já que o índice de inclusão caiu de 35,1%, em 2014, para 34,6% no ano passado.
A adoção de cotas sociais e raciais na instituição é pauta antiga do movimento estudantil e já ocorre nas universidades federais desde 2012.
No mês passado, alunos ocuparam diversas unidades, incluindo a ECA, reivindicando a adoção da medida e mais políticas de permanência estudantil.
A adoção de cotas pelo Sisu também está sendo discutida no Departamento de Matemática, do Instituto de Matemática e Estatística (IME), e na Esalq de Piracicaba. A intenção é reservar um porcentual de vagas para alunos de escolas públicas e para pretos, pardos e negros.
Já na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), o Sisu já havia sido adotado no ano passado. Para este ano, a Congregação defende aumentar a reserva das vagas.