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Ernesto Araújo vai ao Senado explicar visita de Mike Pompeo a Roraima

A passagem do secretário de Estado dos Estados Unidos pelo Brasil na semana passada causou reações negativas tanto internas quanto externas

Chanceler brasileiro, Ernesto Araújo (Adriano Machado/Reuters)
GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 24 de setembro de 2020 às 06h00.

O chanceler Ernesto Araújo foi convocado pela Comissão de Relações Exteriores do Senado a dar explicações sobre a visita do secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, a Roraima na semana passada. A reunião ordinária começa a partir das 10 horas desta quinta-feira, 24.

Os senadores também querem questionar Araújo sobre as críticas feitas tanto por ele quanto pelo secretário do Estado americano ao regime de Nicolás Maduro. Pompeo chamou o presidente da Venezuela de “narcotraficante”.

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O chanceler brasileiro endossou a opinião e ainda disse que quem se preocupa com a parceria do governo brasileiro com a Casa Branca nesta questão é “quem teme a democracia”.

A visita foi rápida, de apenas três horas, mas causou várias reações negativas, tanto internas quanto externas. No Senado, logo vieram declarações contrárias à passagem do secretário de Estado norte-americano pelo Brasil. Alguns senadores chegaram a pedir o adiamento da votação na indicações de novos embaixadores que estava marcada para o começo desta semana.

O senador Telmário Mota (Pros-RR), que solicitou a audiência com o chanceler, disse que Roraima tem uma relação pacífica com a Venezuela e que Pompeo trata o Brasil como "uma espécie de semicolônia". No requerimento, Mota ainda repudiou os ataques feitos a Maduro.

O presidente da Câmara dos Deputados , Rodrigo Maia, foi um dos primeiros a criticar a presença americana na divisa brasileira com a Venezuela. Para ele, a passagem de Pompeo foi uma afronta à tradição da política externa e da defesa brasileiras.

A China também se posicionou sobre a visita, que ocorreu às vésperas das eleições presidenciais dos Estados Unidos. A embaixada chinesa no Brasil acusou Mike Pompeo de liderar uma “conspiração vil” para romper as relações do país asiático com a América Latina.

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