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Envolvidos em desvio na USP dizem desconhecer o processo

Investigação aponta que entre maio de 2012 e dezembro de 2014, um funcionário da universidade utilizou notas frias para simular compras e embolsar recursos

USP: ex-funcionário da USP também foi incluído na lista de procurados da Interpol (Francisco Emolo/Jornal da USP/Divulgação)

USP: ex-funcionário da USP também foi incluído na lista de procurados da Interpol (Francisco Emolo/Jornal da USP/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de dezembro de 2017 às 14h16.

São Paulo - Pessoas envolvidas na investigação que levou ao pedido de prisão preventiva de Marcelo Rodrigues de Carvalho, ex-professor de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP), se manifestaram sobre a decisão judicial.

Marcos Simplício, administrador da Tec Science, disse: "por enquanto não tenho acesso ao processo. Tenho que montar uma defesa e qualquer coisa que eu falar agora é prematura. Tenho muita vontade de esclarecer, preciso ver o teor do que estou sendo acusado para tomar as medidas necessárias."

A reportagem tentou contato com o técnico administrativo do Departamento de Zoologia Eduardo Netto Kishimoto, mas foi informada de que ele está em férias.

Sérgio dos Santos, proprietário da Bellatrix, informou que não recebeu nenhuma intimação. "Continuo trabalhando, atendo os clientes", afirmou. "Tenho que entender o que está acontecendo."

A Justiça Federal decretou a prisão preventiva de Marcelo Rodrigues de Carvalho. Segundo o Ministério Público Federal, entre maio de 2012 e dezembro de 2014, quando ainda fazia parte do corpo docente, Carvalho utilizou notas frias para simular compras e embolsar recursos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), fundação vinculada ao Ministério da Educação. Um servidor da universidade e dois empresários o auxiliaram nas fraudes, aponta a investigação.

Além de Marcelo Carvalho, respondem às ações os empresários Marcos Simplício, administrador da Tec Science, e Sérgio dos Santos, proprietário da Bellatrix.

O técnico administrativo do Departamento de Zoologia Eduardo Netto Kishimoto, que teria auxiliado o professor na obtenção das notas frias, também foi responsabilizado pelas irregularidades.

Carvalho pediu exoneração do cargo no começo deste ano e se mudou para os Estados Unidos, logo após o início da apuração interna conduzida pelo Instituto de Biociências da USP.

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