Várias árvores e uma figura de Papai Noel caíram na Avenida Paulista, em São Paulo, no dia 10 de dezembro de 2025, enquanto a cidade registrava rajadas de vento de até 96,3 km/h devido à passagem de um ciclone extratropical, segundo a Defesa Civil. (Getty Images)
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Publicado em 13 de dezembro de 2025 às 12h31.
Última atualização em 13 de dezembro de 2025 às 15h31.
A falta de energia que atinge quase 500 mil imóveis em SP deve ser normalizada até domingo, informou a Enel. A empresa pretende restabelecer totalmente o fornecimento de energia elétrica na Região Metropolitana de São Paulo até a noite deste domingo, 14, após o vendaval mais prolongado já registrado na capital paulista.
Segundo boletim atualizado às 10h50 deste sábado, 13, mais de 448 mil imóveis ainda estão sem luz.
O apagão ocorre desde a última quarta-feira, 10, quando ventos extremos e persistentes atingiram a cidade, provocando quedas de árvores, danos à rede elétrica e sucessivas interrupções no serviço.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as rajadas de vento chegaram a 82,8 km/h. Desde o início das medições, em 2006, é a primeira vez que a estação meteorológica do Mirante de Santana registra uma sequência tão longa de ventos acima de 70 km/h na capital.
Segundo a Enel sobre o reestabelecimento da energia, a duração atípica do fenômeno meteorológico agravou os danos à infraestrutura elétrica e dificultou o trabalho de recomposição.
As rajadas contínuas provocaram novas quedas de energia enquanto as equipes atuavam no religamento, prolongando o blecaute em diversas regiões.
Em nota, a concessionária afirmou ter mobilizado um número recorde de profissionais, com quase 1.800 equipes trabalhando simultaneamente ao longo da quinta-feira, 11. A Enel informou que, até o momento, conseguiu restabelecer o fornecimento para cerca de 3,1 milhões de clientes, utilizando sistemas de automação e atuação direta em campo.
Mesmo assim, bairros da capital, do ABC Paulista, de Osasco, Itapecerica da Serra e municípios do interior ainda enfrentam dias consecutivos sem energia, afetando residências, comércios e serviços essenciais.
Em nota, a concessionária afirmou que as rajadas contínuas dificultaram o restabelecimento, já que novos desligamentos ocorreram enquanto as equipes trabalhavam no religamento de áreas já afetadas. Isso prolongou o blecaute em diversos bairros e exigiu revisões constantes nos reparos realizados.
O impacto econômico do blecaute é significativo. Segundo a Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp), os prejuízos podem alcançar R$ 100 milhões. Aproximadamente 5 mil estabelecimentos foram afetados, com perdas de alimentos, danos a equipamentos e queda no fluxo de clientes.
Empresários relatam dificuldades para manter operações básicas, especialmente em locais que dependem de refrigeração e sistemas eletrônicos.
Segundo a Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecom Competitivas (TelComp), zerar risco de apagões custaria R$ 10,8 mil por residência.
Levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) estima que comércio e serviços deixaram de faturar ao menos R$ 1,54 bilhão entre a quarta-feira, 11, e a quinta-feira, 12, em razão da falta de energia elétrica.
De acordo com a entidade, o setor de serviços concentrou o maior prejuízo, com perdas superiores a R$ 1 bilhão no período analisado. O comércio varejista aparece na sequência, com impacto estimado em R$ 511 milhões, refletindo a paralisação de atividades, fechamento de lojas e impossibilidade de atendimento ao público.
Além da crise no fornecimento de energia, a Defesa Civil do Estado de São Paulo emitiu alerta para quatro dias de chuvas intensas, entre sábado (13) e terça-feira (16). A previsão indica a passagem lenta de uma frente fria, que deve manter o tempo instável e o solo encharcado.
Os maiores riscos incluem alagamentos, enxurradas e deslizamentos, sobretudo em áreas mais vulneráveis. A Defesa Civil orienta a população a acompanhar os avisos oficiais e seguir as recomendações de segurança.
A Enel informou neste sábado (13) que reforçou as equipes em São Paulo com profissionais vindos do Rio de Janeiro e do Ceará para tentar restabelecer o fornecimento de energia até domingo.
Segundo a empresa, cerca de 60 equipes das distribuidoras do Ceará e do Rio já atuam em conjunto com os times locais. A Enel afirma ter 1.800 equipes mobilizadas em todo o estado e diz que 3,1 milhões de clientes já tiveram o serviço restabelecido.
Em comunicado divulgado nas redes sociais, a concessionária informou que as rajadas de vento chegaram a 82,8 km/h e que esta é a primeira vez desde 2006 que a cidade de São Paulo registra uma sequência tão longa de ventos acima de 70 km/h.
De acordo com a empresa, as condições meteorológicas dificultaram o trabalho, com novas interrupções ocorrendo durante as tentativas de religação.