Brasil

Em meio à debate sobre Previdência, deputados têm "superfolga"

O presidente da Câmara não marcou sessões de votações no plenário durante toda a próxima semana, em razão do feriado da Proclamação da República

Câmara: os deputados federais terão mais dez dias seguidos de folga (REUTERS/Ueslei Marcelino/Reuters)

Câmara: os deputados federais terão mais dez dias seguidos de folga (REUTERS/Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de novembro de 2017 às 16h46.

Brasília - Após passarem quatro dias nos Estados na semana passada por conta do feriado do Dia de Finados, os deputados federais terão mais dez dias seguidos de folga a partir deste sábado, 11.

Isso porque o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não marcou sessões de votações no plenário da Casa durante toda a próxima semana, em razão do feriado da Proclamação da República, comemorado na quarta-feira, 15 de novembro.

Maia deu folga aos parlamentares mesmo em meio à retomada das negociações para votação da reforma da Previdência e com pelo menos oito medidas provisórias (MPs) próximas de perderem a validade.

Como mostrou na quarta-feira, 8, o Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, a maioria dessas MPs caducam em 28 de novembro e ainda precisa passar pelos plenários da Câmara e do Senado.

Com esse calendário previsto, as duas casas legislativas terão pouco mais de uma semana para votar todas essas propostas.

O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), porém, já afirmou que só pautará no plenário as medidas provisórias que chegarem com pelo menos 15 dias de antecedência do prazo de validade. Caso o peemedebista não mude de posição, a votação das oito MPs é inviável.

Entre as medidas ameaçadas estão as que alteram regras do setor de mineração e a que permite renegociação de débitos de produtores com o Funrural e que reduz a alíquota dessa contribuição social a partir de janeiro de 2018.

Há também as MPs que criam um fundo de cerca de R$ 180 milhões para financiar projetos de infraestrutura e a que cria o Programa de Desligamento Voluntário (PDV) do governo federal.

Maia afirmou que a semana sem votações não passará má impressão para sociedade, porque a Câmara teria compensado a folga com votações de segunda a sexta-feira nessa semana, com pauta sobre segurança pública. As votações de mérito de projeto, porém, só aconteceram de terça a quinta-feira.

Na segunda, foi votada apenas a urgência de projeto que pune operadoras que não instalarem bloqueadores de celulares em presídios.

"A gente está votando de segunda a sexta. Temos uma pauta importante. (...) Infelizmente o feriado da próxima semana é na quarta-feira. Acho que trabalhar de segunda a sexta nesta semana e não fazer um gasto desnecessário na próxima semana, mobilizar a base para chegar aqui segunda-feira à tarde e ir embora terça-feira na hora do almoço, é um custo maior para o Brasil do que a gente trabalhar até amanhã por volta de meio dia", justificou o presidente da Câmara.

Oficialmente, Maia marcou sessão para esta sexta-feira para votar projetos de decreto legislativo sem grande relevância. Muitos parlamentares, porém, já deixaram Brasília em direção a seus Estados na quinta-feira - Maia prometeu descontar as ausências dos salários dos faltosos. Os deputados só precisam retornar a Brasília em 21 de novembro, uma terça-feira, quando está prevista a próxima sessão no plenário.

Vice-líder do DEM na Câmara, o deputado Pauderney Avelino (AM) ressaltou que os dias sem sessão não significam que os parlamentares não estarão trabalhando. Segundo ele, muitos estarão em Brasília 'articulando'. "Segunda-feira (13) estarei de volta aqui. Não tem sessão, mas tem articulação", afirmou à reportagem.

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosFeriadosReforma da Previdência

Mais de Brasil

Quero ser responsável pela vitória dele, diz Lula no lançamento da candidatura de Boulos em SP

Com esquerda em peso e até bolsonarista, PSD oficializa candidatura de Paes sem definir vice

Vamos colocar a periferia em primeiro lugar, diz Boulos ao oficializar candidatura ao lado de Lula

Fuad e Kassab apostam em discurso moderado e feitos da gestão para reeleição em prefeitura BH

Mais na Exame