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"Destruíram a imagem de meu pai", diz Zeca Dirceu

O filho mais velho de José Dirceu rompeu o silêncio e falou sobre como o réu e sua família estão vivendo esses "sete anos de pancadaria"


	"Meu pai está sendo massacrado. Nada do que acontecer daqui para frente pode ser pior, nem para ele, nem para nós, do que tudo o que passamos nesses sete anos", afirmou Zeca
 (Antonio Cruz/Agência Brasil)

"Meu pai está sendo massacrado. Nada do que acontecer daqui para frente pode ser pior, nem para ele, nem para nós, do que tudo o que passamos nesses sete anos", afirmou Zeca (Antonio Cruz/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 24 de agosto de 2012 às 10h13.

Brasília - A reclusão adotada pelo ex-ministro José Dirceu desde a aproximação do julgamento do mensalão tem sido reproduzida por sua família e amigos mais próximos para evitar qualquer declaração sobre o escândalo. Mas seu filho mais velho, o deputado Zeca Dirceu (PT-PR), rompeu o silêncio e falou sobre como o réu e sua família estão vivendo esses "sete anos de pancadaria", desde que Dirceu deixou a Casa Civil.

"Meu pai está sendo massacrado. Nada do que acontecer daqui para frente pode ser pior, nem para ele, nem para nós, do que tudo o que passamos nesses sete anos", afirmou Zeca, de 34 anos. Ele ressalta que está mais acostumado com o jogo político - foi prefeito de Cruzeiro do Oeste (PR) por dois mandatos e atualmente é deputado federal -, mas para as duas irmãs, que não são dessa área, está sendo ainda mais difícil de lidar com esta situação. "Elas são novas, uma delas tem 22, a outra tem 24 anos, imagine como fica a cabeça delas?"

Zeca diz que a família está confiante no resultado do julgamento, mas, independente disso, o pai já foi condenado. "Destruíram a imagem dele, que tanto tempo ele levou para construir. O que pode ser pior que isso? É um massacre, inclusive por parte da mídia", aponta. "Ele vive como condenado. E a família sofre junto, eu, minhas irmãs, minha avó de 92 anos, que é a mãe dele."

A avó, acrescenta, não entende exatamente o que está acontecendo, mas ela lê, assiste aos jornais na TV. "É muito difícil para ela. Traçando um paralelo, a minha avó foi criada na Igreja Católica, ela nunca entendeu essa coisa de guerrilha, da qual meu pai participava", frisa.

Ainda sobre a participação do pai na luta contra a ditadura militar, diz que, passados dez, 20 anos, hoje ter sido engajado nas lutas de guerrilha é até motivo de orgulho nacional, mas teme o impacto das denúncias que agora pesam sobre o pai para sua imagem no futuro. "Essas acusações de agora, daqui a um tempo, vão pesar. Não sei qual será o peso, mas haverá." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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