Convenção do PCdoB escancara divisão da esquerda nas eleições
A legenda foi a maior fiadora de uma união entre partidos de esquerda para a campanha eleitoral. Uma frente ampla não se consolidou por divergências
EXAME Hoje
Publicado em 1 de agosto de 2018 às 06h34.
Última atualização em 1 de agosto de 2018 às 07h33.
O PCdoB realiza nesta quarta-feira sua Convenção Nacional, em Brasília. Ainda que o registro de candidatura vá até o dia 15 de agosto, será apresentada a intenção do partido em lançar a deputada estadual gaúcha Manuela D’Ávila ao Palácio do Planalto. Será a primeira vez em quase 30 anos que o partido não apoia o PT nas eleições para presidente da República.
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A legenda foi a maior fiadora de uma união entre partidos de esquerda para a campanha eleitoral. Uma frente ampla não se consolidou por divergências programáticas (e de ego), principalmente por parte de PDT e PT ao não abrir mão da cabeça de chapa. Ciro Gomes e um substituto a Luiz Inácio Lula da Silva, que está preso e virtualmente inelegível, disputarão votos com Manuela e Guilherme Boulos, candidato pelo PSOL.
Sem a junção, nenhuma legenda deixará de lançar candidaturas ao Planalto, um ativo para dar palanque aos candidatos a deputado federal. O tamanho da bancada na Câmara dos Deputados é o que define o tempo de TV que partidos terão nas próximas eleições, uma força que pode ser trocada por poder nas negociações de espaços políticos na administração federal.
Com cada partido defendendo seus próprios interesses, a pulverização de candidatos no pleito de outubro começa a se confirmar. Boulos e Manuela terão a companhia de outros nomes até o momento pouco competitivos na corrida, como Henrique Meirelles (MDB), Paulo Rabello de Castro (PSC) e Álvaro Dias (Podemos). Hoje, todos rastejam nas intenções de voto, mas não querem correr o risco de perder espaços no Congresso.
Em outra frente, outros dois partidos sem candidato próprio realizam convenções hoje, o PRP e o PRB. O PRB, do ex-ministro Marcos Pereira, já definiu apoio a Geraldo Alckmin. O PRP é o partido do general Augusto Heleno, que chegou a ser cotado para a vaga de vice na chapa de Jair Bolsonaro, mas a opção foi descartada pelas lideranças.
A única coisa em comum entre tantas legendas de estratégias tão díspares é deixar as definições para os 45 do segundo tempo.