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Construção civil comemora o melhor ano em duas décadas

Crescimento de 11% do setor impulsionado por aumento do crédito, levou a criação de 340 mil novos empregos

O resultado da indústria da construção foi o melhor em 24 anos (Germano Luders/EXAME)
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Da Redação

Publicado em 16 de dezembro de 2010 às 14h42.

Brasília - A Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (Cbic) que o setor registrou o melhor momento da história em 2010. De acorco com balanço divulgado hoje (16), o Produto Interno Bruto (PIB) do setor da construção civil deve crescer 11% em 2010, acima da previsão feita pela entidade no início do ano de crescimento de 9%. O resultado é considerado o melhor dos últimos 24 anos.

Segundo relatório da Cbic, a opção de utilizar a construção civil para “alavancar o desenvolvimento tem importante destaque do ponto de vista socioeconômico, no enfrentamento do déficit habitacional e na superação dos gargalos na infraestrutura”.

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O setor gerou 340 mil empregos formais em todo o país só nos primeiros dez meses do ano. O número de trabalhadores com carteira assinada atingiu nível recorde. “Mais de 2,6 milhões, de acordo com a série histórica dos dados do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego [Caged], inciada em 1992”, informou o relatório.

Outro destaque foi o crédito imobiliário em expansão que, só com recursos da caderneta de poupança, pode ultrapassar R$ 50 bilhões.

O presidente da Cbic, Paulo Safady Simão, destacou os estímulos do governo para o programa Minha Casa, Minha Vida. “Nós vamos fechar o ano com 900 mil unidades contratadas em execução. E o presidente [Lula] anunciou mais 2 milhões [de unidades habitacionais]. Não é à toa o nosso otimismo”. A indústria da construção civil, com nível de utilização da capacidade instalada em 87%, também se comportou bem este ano.

Entre os desafios que o setor precisa enfrentar, foram destacadas a necessidade de aumento dos investimentos em inovação e produtividade; a sustentabilidade dos negócios, com a produção de edificações inteligentes e ambientalmente corretas; e a escassez e o alto custo de terrenos nos grandes centros urbanos. “Nem tudo são rosas e sabemos que temos gargalos e dificuldades. Mas isso faz parte do dia a dia”, enfatizou Paulo Simão.

Paulo Simão defendeu ainda o projeto Sanear é Viver que, segundo ele, depende de uma decisão política do governo federal para ser implementado. “É simples e parece com o Minha Casa, Minha Vida para o saneamento, para atender às famílias de baixa renda com subsídios. É uma vergonha o número que o Brasil apresenta na área de saneamento. Nós estamos matando criança no Brasil por falta de saneamento”, criticou.

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