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Como ficou o salário mínimo na Argentina com a inflação?

Valor foi reajustado para 317.800 pesos em julho; a medida busca de nivelamento com custo de vida no país

Inflação influenciou aumentos no salário mínimo argentino  (Gabriel Luengas/Europa Press/Getty Images)

Inflação influenciou aumentos no salário mínimo argentino (Gabriel Luengas/Europa Press/Getty Images)

Publicado em 5 de dezembro de 2025 às 11h36.

Em julho de 2025, o salário mínimo argentino foi reajustado para 317.800 pesos (ARS). A medida faz parte de uma agenda do país para nivelar os ganhos da população com o custo de vida, que subiu com a alta na inflação que a Argentina enfrenta desde a crise cambial em 2018. 

O valor equivale a R$ 1.177 na cotação atual, ou US$ 221.

Segundo dados do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec), em outubro a inflação mensal na Argentina alcançou os 2,3%.

Mesmo que esteja em alta, o percentual mostra desaceleração em relação ao mesmo mês em 2024, que registrou 2,7% de variação. 

Qual o valor do salário mínimo na Argentina?

Assim como acontece no Brasil, o salário mínimo na Argentina é mensal. Em julho, o governo aumentou o valor para 317.800 pesos. Antes do reajuste, o valor era de 272.000 pesos. 

No país, os trabalhadores também têm desconto em folha referente ao Imposto de Renda e aposentadoria. Outra semelhança com o Brasil é a estimativa de carga de trabalho, que corresponde a 40 horas semanais. 

Salário mínimo na Argentina em 2025: aumentos e efeito da inflação

Desde que tomou posse em dezembro de 2023, Javier Milei tem estabelecido novas medidas para tentar controlar e mitigar o efeito da inflação na Argentina

No começo de 2024, o salário mínimo no país era de 156.000 pesos e até julho de 2025, após novo reajuste, o valor chegou a 272.000 pesos. Uma segunda mudança foi feita este ano e depois dela o pagamento atual duplicou em relação ao que era pago no ano passado — ficando em 317.800 pesos.

Os acordos com os Estados Unidos, que estabelecem cooperação comercial e parceria no combate ao crime organizado, também fazem parte da estratégia do governo para fortalecer relações internacionais e acelerar a recuperação econômica

Diferença entre o salário mínimo na Argentina e no Brasil 

Atualmente, o salário mínimo no Brasil é de R$ 1.518 e a projeção do governo é que o piso chegue a R$ 1.627 em 2026. O salário mínimo argentino corresponde a R$ 1.184. 

A conversão do salário mínimo da Argentina para o real reflete a desvalorização da moeda, outro efeito das altas taxas de inflação. Na cotação atual, um peso argentino corresponde a R$ 0,0037. 

Qual custo de vida na Argentina e o que o salário mínimo cobre?

Uma estimativa do Numbeo apontou que o custo de vida na Argentina é 30% maior do que na cidade de São Paulo, sem considerar as despesas com aluguel. 

Os dados mostram que em Buenos Aires, capital do país, o aluguel de um apartamento individual no centro da cidade custa em média 833.339,57 pesos, o transporte ao longo do mês fica em torno de 22.000 pesos e os gastos com eletricidade ultrapassam os 148.000 pesos.

Considerando apenas estes gastos, que não incluem alimentação e despesas com saúde, o custo de vida na capital ultrapassa o salário mínimo mensal estipulado. 

Qual salário médio na Argentina?

Segundo a Nomad Global, a média do salário argentino é de 815 mil pesos por mês. O levantamento reforça que a senioridade e área de atuação podem influenciar esse valor. 

Para a fintech, as áreas que pagam os melhores salários estão ligadas à área da saúde, como medicina e psiquiatria, ou relacionadas à engenharia, física e arquitetura. 

Quem recebe salário mínimo na Argentina? 

Todos os trabalhadores que cumprem jornada de trabalho têm direito ao salário mínimo na Argentina. 

O último dado que analisava a linha da pobreza na Argentina foi divulgado no começo do ano pelo Indec. Ele aponta que, em 2024, 38,1% da população estava abaixo da linha da pobreza. Ou seja, 11,3 milhões de argentinos enfrentavam dificuldade em acessar itens básicos, como alimentos, roupas, transporte e saúde. 

Salário mínimo por províncias: existem diferenças regionais?

Diferente do que acontece nos Estados Unidos, onde os estados e condados têm liberdade de alterar o valor mínimo de remuneração estabelecido pelo governo federal, na Argentina a decisão é válida para todo o território. 

Sendo assim, as províncias não podem mudar o valor de remuneração mínima estabelecido pelo governo de Milei. 

Salário mínimo nos outros países da América do Sul

Em novembro, o salário mínimo da Venezuela — de 130 bolivares — correspondeu a R$ 3. O valor está congelado desde 2022. 

No Uruguai, a remuneração mínima é de 23.604 pesos uruguaios. O valor seria equivalente a R$ 3.197,08, ultrapassando o salário mínimo do Brasil. 

O Chile também está em uma situação melhor que a Argentina e Venezuela e pretende determinar o pagamento de 539.000 pesos chilenos (R$ 3.110,99) por mês em 2026. 

Confira quanto os outros países da América Latina pagam de salário mínimo 

  • Bolívia - 2.750 bolívares (R$ 2.126,69)
  • Colômbia - 1.423.500 pesos colombianos (R$ 1.996,44)
  • Equador - US$ 470 (R$ 2.503,88)
  • Guiana - 70.000 dólares da Guiana (R$ 1.789,43)
  • Paraguai - 2.899.048 guaranis (R$ 2.232,40)
  • Peru - 1.130 soles (R$ 1.788,83)
  • Suriname - 52,47 dólares do Suriname por hora (R$ 7,28)
  • Guiana Francesa - € 11,88 por hora (R$ 73,65)

A cotação usada para as conversões considera o câmbio em 3 de dezembro de 2025. O Trading Economics listou os salários mínimos de Bolívia, Colômbia, Equador, Paraguai e Peru em 2025. Já o site Nomad divulgou o valor aplicado na França e na Guiana Francesa, enquanto o governo americano publicou o salário mínimo do Suriname. No caso da Guiana, o dado foi obtido a partir de levantamento da consultoria BizLatin Hub.

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