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Combate às mudanças climáticas não fere economia, diz Dilma

Presidente destacou o princípio das “responsabilidades comuns, porém diferenciadas”, que guia a negociação climática na ONU

Dilma discursa na Cúpula do Clima da ONU: “os custos para enfrentar a mudança do clima são elevados, mas os benefícios mais que compensam" (Reuters)

Dilma discursa na Cúpula do Clima da ONU: “os custos para enfrentar a mudança do clima são elevados, mas os benefícios mais que compensam" (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2014 às 12h43.

Brasília - A presidente Dilma Rousseff defendeu hoje (23), na Cúpula do Clima, um esforço global para ampliar investimentos no combate às mudanças climáticas e disse que o Brasil é um exemplo de que crescimento econômico e preservação ambiental não são contraditórios.

“Os custos para enfrentar a mudança do clima são elevados, mas os benefícios mais que compensam. Precisamos reverter a lógica de que o combate às mudanças climáticas é danoso à economia. A redução das emissões e as ações de adaptação devem ser reconhecidas como fonte de riqueza, de modo a atrair investimentos e lastrear novas ações de desenvolvimento sustentável”, disse, em discurso durante a reunião. A cúpula, convocada pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, ocorre na sede da entidade, em Nova York, a um dia da 69ª Assembleia Geral.

Apesar da defesa de investimentos globais, Dilma destacou o princípio das “responsabilidades comuns, porém diferenciadas”, que guia a negociação climática na ONU. Ela lembrou que os países desenvolvidos cresceram com base em economias sustentadas por altas emissões de gases de efeito estufa.

“Não queremos repetir esse modelo, mas não renunciaremos ao imperativo de reduzir as desigualdades e elevar o padrão de vida da nossa gente. Nós, países em desenvolvimento, temos igual direito ao bem-estar e estamos provando que um modelo socialmente justo e ambientalmente sustentável é possível”, avaliou.

A presidente citou medidas tomadas pelo governo brasileiro nos últimos anos para redução de emissões de gases de efeito estufa, principalmente as relacionadas à queda do desmatamento na Amazônia.

“Ao longo dos últimos dez anos, o desmatamento no Brasil foi reduzido em 79%. Entre 2010 e 2013, deixamos de lançar na atmosfera, a cada ano, em média, 650 milhões de toneladas [de gases de efeito estufa]”, listou. “As reduções voluntárias do Brasil contribuem de forma significativa para a diminuição das emissões globais no horizonte de 2020. O Brasil, portanto, não anuncia promessas, mostras resultados”, acrescentou.

Dilma ressaltou que os desastres naturais provocados pelas mudanças climáticas “têm ceifado vidas e afetado as atividades econômicas em todo o mundo”, principalmente entre as populações pobres dos centros urbanos. Ela citou a Política Nacional de Prevenção e Monitoramento de Desastres Naturais como uma resposta brasileira ao problema. Segundo a presidente, até o fim deste ano, o governo deve lançar o Plano Nacional de Adaptação.

Em relação ao novo acordo climático global, que deverá ser fechado na 21ª Conferências das Partes sobre o Clima (COP-21), em Paris, Dilma disse que o Brasil defende um texto ambicioso, mas que respeite as diferenças entre países ricos e nações em desenvolvimento.

“O novo acordo climático precisa ser universal, ambicioso e legalmente vinculante, respeitando os princípios e dispositivos da convenção-quadro [da ONU], em particular, os princípios de equidade e das responsabilidades comuns, porém diferenciadas. Esse acordo deverá ser robusto em termos de mitigação, adaptação e meios de implementação”, ponderou.

Amanhã (23), Dilma fará o discurso de abertura da 69ª Assembleia Geral da ONU.

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