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Com pior seca, MT tem dois brigadistas mortos em 4 dias e mais de 20 incêndios em andamento

O incidente mais recente ocorreu na Terra Indígena Capoto/Jarina, no Parque Nacional do Xingu, a 692 km de Cuiabá

Segundo as informações mais recentes do Corpo de Bombeiros, há 26 incêndios florestais sendo combatidos (Joedson Alves/Agência Brasil)

Segundo as informações mais recentes do Corpo de Bombeiros, há 26 incêndios florestais sendo combatidos (Joedson Alves/Agência Brasil)

Agência o Globo
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Publicado em 26 de agosto de 2024 às 16h54.

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Em menos de uma semana, dois brigadistas perderam a vida durante o combate a incêndios em Mato Grosso, evidenciando o risco enfrentado por quem atua na linha de frente contra o fogo em uma das temporadas de incêndios mais críticas dos últimos anos. Os casos aconteceram em áreas distintas do estado no intervalo de quatro dias.

O incidente mais recente ocorreu na Terra Indígena Capoto/Jarina, no Parque Nacional do Xingu, a 692 km de Cuiabá. O corpo do brigadista Uellinton Lopes dos Santos, de 39 anos, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), foi encontrado carbonizado na manhã desta segunda-feira.

A vítima desapareceu na manhã de ontem quando combatia um incêndio na região. Desde então, ela não foi mais vista até ser encontrada sem vida.

O fogo na Terra Indígena Capoto/Jarina se agravou nos últimos 10 dias, período em que Mato Grosso enfrenta uma das piores secas dos últimos 40 anos, conforme o Corpo de Bombeiros de Mato Grosso.

O outro caso ocorreu na zona rural de Itiquira, a 359 km de Cuiabá. Paulo Henrique Pereira Souza, funcionário de uma fazenda, morreu enquanto ajudava a combater um incêndio de grandes proporções que atingiu uma área de canavial próxima à BR-163.

Ele estava em um caminhão-pipa com outro funcionário, que conseguiu escapar das chamas. Paulo Henrique, no entanto, ao tentar fugir, foi atingido pelo fogo e morreu. O caminhão foi completamente destruído pelo incêndio.

Homenagens emocionadas nas redes sociais

Ueltinho, como era chamado pelos amigos, demonstrava orgulho em ser brigadista em suas postagens na rede social. Em um vídeo de uma sequência de fotos de atividades em Brasília, publicado em fevereiro deste ano, ele colocou na legenda: "Buscando preservar sempre o nosso bioma, fauna e flora".

Nas redes sociais, amigos prestaram solidariedade e lamentaram a morte de Uellinton.

"Meu amigo, quantas missões realizamos juntos, todas as vezes fazia questão de me ensinar e transmitir sua experiência, meu professor, era assim que carinhosamente eu te chamava, hoje as lágrimas estão aqui porque você se foi, se foi combatendo, fazendo o que mais gostava, no ambiente que você era rei, vai com Deus meu amigo", escreveu uma internauta.

"Grande perda, grande amigo, excelente profissional, guerreiro. Que Deus o receba em nova morada e conforte o coração de familiares e amigos", publicou outro.

"Descansa em paz meu amigo.. guerreiro. Combateu seu último incêndio com honra", escreveu um amigo.

Situação dos incêndios em MT

Segundo as informações mais recentes do Corpo de Bombeiros, há 26 incêndios florestais sendo combatidos. Para conter as chamas, 165 bombeiros estão em ação, com o apoio de quatro aviões, um helicóptero, 52 viaturas, 11 máquinas e quatro barcos. Em Cuiabá, as equipes combatem incêndios na região da Comunidade Rio dos Peixes e na MT-010, conhecida como Estrada da Guia.

No Pantanal, 63 bombeiros atuam em locais críticos, incluindo a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Sesc Pantanal, em Barão de Melgaço, e diversas fazendas ao longo da Transpantaneira, em Poconé. Outras operações estão em andamento no Parque Estadual Serra Ricardo Franco, em Vila Bela da Santíssima Trindade, e na Fazenda Cambará, em Santo Antônio do Leverger. Além disso, equipes de bombeiros estão distribuídas por diversas fazendas e áreas rurais em todo o estado, como Alto Garças, Itiquira, Nossa Senhora do Livramento, Rosário Oeste e Juína.

As operações de combate aos incêndios são realizadas em conjunto com brigadistas do ICMBio e Ibama, além de militares do Exército Brasileiro, Força Aérea Brasileira, Marinha do Brasil e outros órgãos de segurança e defesa civil. O Batalhão de Emergências Ambientais (BEA) também utiliza satélites para monitorar os focos de incêndio em áreas de difícil acesso, como o Parque Estadual Cristalino II e várias terras indígenas.

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